TEORIA DAS SITUAÇÕES DIDÁTICAS

Teoria das situações didáticas (em francês: Théorie des situations didactiques) é uma teoria de aprendizagem desenvolvida por Guy Brousseau em contraposição aos trabalhos formalistas característicos da Matemática Moderna. Esta teoria se baseia em outras teorias construtivistas como a Epistemologia genética de Jean Piaget.
Brousseau coloca como idéia básica aproximar o trabalho do aluno ao trabalho de um pesquisador, testando conjecturas, formulando hipóteses, provando, construindo modelos, conceitos, teorias e socializando os resultados, com o devido auxílio do professor, que deverá providenciar situações favoráveis para que o aluno aja sobre o saber, transformando-o em conhecimento para o mesmo.
Um conceito de extrema importância nesta teoria, é o conceito de "milieu" que em tradução literal do francês para o português seria a palavra meio. O "milieu" é tudo que interage com o aluno com o aluno de forma antagônica, ou seja, de forma a desafiar o aluno a encontrar respostas das situações problemas.

Situações didáticas
De acordo com Brousseau, um situação didática ocorre quando há a intenção (implícita ou explicita) de aprendizagem. Já uma situação adidática (ou não declaradamente didática), é uma situação didática em que o aluno deve perceber as características e padrões que o ajudarão a compreender um novo saber. Durante as situações adidáticas, o professor deve agir como simples mediador/observador, apenas efetuando a devolução do problema.
Segundo Brousseau (1996) "Uma situação didáctica é um conjunto de relações estabelecidas explicitamente e ou implicitamente entre um aluno ou um grupo de alunos, num certo meio, compreendendo eventualmente instrumentos e objectos, e, um sistema educativo (o professor) com a finalidade de possibilitar a estes alunos um saber constituído ou em via de constituição... o trabalho do aluno deveria, pelo menos em parte, reproduzir características do trabalho científico propriamente dito, como garantia de uma construção efectiva de conhecimentos pertinentes"
Uma situação didática é formada pelas múltiplas relações pedagógicas estabelecidas entre professoralunos e osaber, com a finalidade de desenvolver actividades voltadas para o ensino e para a aprendizagem de um conteúdo específico.
Somente com estes três elementos é que teremos uma situação didáctica.
Porém estes três elementos, ou a situação didáctica, não são suficientes para entender por completo o conteúdo em questão: precisa-se de uma vinculação com outros recursos didácticos, para que se entenda realmente a matéria, como por exemplo, a forma como o professor ensina, os métodos utilizados, a disposição da matéria. É muito importante que o professor saiba apresentar o conteúdo para que os alunos se interessem e vejam o conteúdo na sua realidade, caso contrário os alunos ficarão cada vez mais distantes e não assimilarão os conteudos pretendidos.

Tipos de situações didáticas

Brousseau a fim de analisar as relações existentes entre as actividades de ensino com as diversas possibilidades de uso do saber matemático, categoriza situações didácticas em quatro tipos: situações de acçãode formulaçãode validação e de institucionalização.

Situação de ação

É aquela quando o aluno, que se encontra activamente empenhado na procura de uma solução de um determinado problema, realiza determinadas acções mais imediatas, que resultam na produção de um conhecimento de natureza mais operacional.

Situação de formulação

O aluno já utiliza na solução do problema estudado, alguns modelos ou esquemas teóricos explícitos além de mostrar um evidente trabalho com informações teóricas de uma forma bem mais elaborada, podendo ainda utilizar uma linguagem mais apropriada para viabilizar esse uso da teoria.2

Situação de Validação

É aquela em que o aluno já utiliza mecanismos de prova e onde o saber é usado com esta finalidade. Estas situações estão relacionadas ao plano da racionalidade e directamente voltadas para o problema da verdade.


Situações de institucionalização

Visam estabelecer o carácter de objectividade e universalidade do conhecimento. O saber tem assim uma função de referência cultural que extrapola o contexto pessoal e localizado... o professor selecciona questões essenciais para a apropriação de um saber formal a ser incorporado como património cultural.


Situações Didáticas
Para que exista uma efectiva aprendizagem do aluno, deve-se considerar as situações em que o aluno continua a aprender, mesmo que o professor não esteja presente, pois as aulas em si representam apenas uma parcela dos possíveis momentos de aprendizagem.
No desenrolar de uma situação didáctica, existem diversos tipos de variáveis didácticas, entre elas, algumas em que o professor não controla directamente. Na maioria das vezes, estas variáveis didácticas que o professor não controla directamente, estão inseridas no que Brousseau denominou de situações a-didácticas, situações onde existe aprendizagem, mas sem a presença do professor.
Quando o aluno se torna capaz de pôr em funcionamento e utilizar por si mesmo o saber que está a construir, numa situação não prevista em qualquer contexto de ensino e também na ausência de qualquer professor, está a ocorrer então o que pode ser chamado de situação a-didáctica.” Brousseau (1996)
A situação a-didáctica caracteriza-se basicamente por momentos do processo de aprendizagem nos quais o aluno trabalha de forma independente, onde não recebe qualquer tipo controlo directo por parte do professor.
Segundo Brousseau, a-didáctica não significa negação da didáctica, mas uma aparente ausência do professor, numa determinada etapa do processo de ensino-aprendizagem, durante o qual, o aluno trabalha individualmente ou em grupo, para construir um novo conhecimento.

Tipos de situações a-didáticas

Situação adidática da ação

Na situação adidática da ação, o aluno entra num primeiro contato com determinado tipo de problema. Nesta situação, o aluno procura recorrer a conhecimentos anteriores de forma a tentar resolver o problema.

Situação adidática da formulação

Na situação adidática da formulação, o aluno tenta formular conjecturas gerais sobre tipo de problema, é a fase em que o aluno começa a fazer generalizações, sejam elas verdadeiras ou não.

Situação adidática da validação

Na situação adidática da validação, o aluno tenta explicitar algum tipo de prova para as conjecturas formuladas por ele.

Situação adidática da institucionalização

Na situação didática da institucionalização, o professor expõe os conhecimentos relevantes levantados pelos alunos durante a validação e sua ligação com os outros conhecimentos e saberes já estabelecidos.



Ver também
Contrato didático
Dialética ferramenta-objeto

Referências Gerais
BROUSSEAU, G. Fondements et méthodes de la Didactique des Mathématiques. In: BRUN, J. et ali. Didactique des Mathématiques. Paris: Delachaux et Niestlé S.A, 1996.
FREITAS, J.L.M. Situações Didácticas. In: MACHADO, S.D.A. et ali (1999)

Referências
FREITAS, J. L. M. (2008). «Teoria das Situações Didáticas». In: In: MACHADO, S. D. A. (org). Educação Matemática: Uma (nova) introdução. EDUC 3ª ed. ed. (São Paulo [s.n.]). pp. 77–111. ISBN 978-85-283-0373-5.

 Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


  • CategoriasTerminologia da educação


















































































  • TPACK

    Conhecimento Tecnológico Pedagógico do Conteúdo TPACK (sigla em inglês para Technological Pedagogical Content Knowledge) é um modelo teórico formulado para entender e descrever os tipos de conhecimentos necessários a umprofessor para a prática pedagógica efetiva em um ambiente de aprendizagem equipado com tecnologia. O conhecimento pedagógico do conteúdo (PCK) foi descrito pela primeira vez por Lee Shulman (Shulman 1986) e framework teórico TPACK foi elaborado a partir dessas ideias centrais, com a inclusão da tecnologia. Punya Mishra, professor titular, eMatthew J. Koehler, professor adjunto, ambos na Universidade do Estado de Michigan nos Estados Unidos, elaboraram extensos trabalhos na construção da framework teórico TPACK (Koehler & Mishra 2008, Mishra & Koehler 2006).
    O quadro TPACK baseia-se em (1986,1987) descrições de Shulman de PCK para explicar como a compreensão dos professores de educação tecnologias e PCK interagir uns com os outros para produzir ensino eficaz com a tecnologia.
    O ensino é caracterizado pelo alto nível de variabilidade de situações enfrentadas pelo professor e por uma interconexão entre teoria e prática. Dessa forma, requer dos professores o entrelaçamento de diferentes tipos de conhecimento aplicáveis em diferentes situações[1] . Nesse sentido, o modelo teórico TPACK pressupõe que o ensino com o uso de tecnologia passa pela integração de três componentes: TecnologiaPedagogia e Conteúdo. Um professor capaz de negociar essas relações possui uma forma de expertise diferente de, e (talvez) mais ampla que, o conhecimento de um especialista de uma disciplina (por exemplo, um cientista, um músico ou um sociólogo), um especialista de tecnologia (um cientista de computação) ou um especialista em ensino/pedagogia (um educador experiente).
    O framework teórico TPACK salienta as complexas relações que existem entre o conhecimento das áreas de conteúdo, pedagogia e tecnologia e pode ser uma estrutura organizacional útil para definir o que os professores precisam saber para integrar a tecnologia às suas práticas de maneira efetiva (Archambault & Crippen, 2009).

    Domínios TPACK
    TPACK consiste de 7 domínios específicos: (i) Conhecimento do Conteúdo (CK), (ii) Conhecimento Pedagógico (PK), (iii) Conhecimento Tecnológico (TK), (iv) Conhecimento Pedagógico do Conteúdo (PCK), (v) Conhecimento Tecnológico do Conteúdo (TCK), (vi) Conhecimento Tecnológico Pedagógico (TPK), e (vii) Conhecimento Tecnológico Pedagógico do Conteúdo (TPCK). Todas esses domínios devem ser consideradas dentro de um contexto particular.
    Metodologia TPACK

    Conhecimento Tecnológico (TK)

    Conhecimento Tecnológico, dentro do contexto da integração da tecnologia nas escolas, parece se referir na maioria das vezes à tecnologia digital como os laptops, internet e softwares. TK vai além da alfabetização digital, para questões de como alterar o propósito das tecnologias existentes (por exemplo, wikis) para que possam ser usadas em ambientes de aprendizagem (Harris, 2008).

    Conhecimento do Conteúdo (CK)

    Conhecimento do Conteúdo pode ser definido como “uma base sólida a nível universitário sobre um determinado assunto” ou “domínio do assunto” (Conselho Americano de Educação, 1999). Pode ainda incluir conhecimento de conceitos, teorias, metodologias conceituais, bem como conhecimento sobre maneiras reconhecidas de desenvolvimento do conhecimento (Shulman, 1986).

    Conhecimento Pedagógico (PK)

    Conhecimento Pedagógico inclui conhecimento genérico sobre como alunos aprendem, abordagens de ensino, métodos de conhecimento e valorização de diferentes teorias sobre ensino (Harris et al., 2009; Shulman, 1986). Esse conhecimento isolado é necessário, mas insuficiente para fins de ensino. Somado a isso, um professor também precisa ter conhecimento de conteúdo.

    Conhecimento Pedagógico do Conteúdo (PCK)

    Conhecimento Pedagógico de Conteúdo é conhecimento sobre como combinar pedagogia e conteúdo de maneira eficiente (Shulman, 1986). Esse é o conhecimento sobre como tornar um assunto inteligível para os alunos. Archambault e Crippen (2009) escrevem que o PCK engloba o discernimento daquilo que torna um assunto difícil ou fácil para ser aprendido, bem como o conhecimento de equívocos comuns e possíveis preconceitos que os alunos trazem para a sala de aula.

    Conhecimento Tecnológico do Conteúdo (TCK)]

    Conhecimento Tecnológico de Conteúdo se refere ao conhecimento sobre como a tecnologia pode ser usada para fornecer novas maneiras de ensinar um conteúdo (Niess, 2005). Por exemplo, animação digital possibilita aos alunos a conceituar como os elétrons são compartilhados entre os átomos quando componentes químicos são formados.

    Conhecimento Tecnológico Pedagógico (TPK)

    Conhecimento Tecnológico Pedagógico se refere às possibilidades e limitações da tecnologia como facilitadora de diferentes abordagens de ensino (Mishra & Koehler, 2006). Por exemplo, ferramentas de colaboração online podem facilitar uma aprendizagem social entre alunos separados geograficamente.

    Conhecimento Tecnológico Pedagógico do Conteúdo (TPACK)

    Conhecimento Tecnológico Pedagógico de Conteúdo se refere ao conhecimento e entendimento das inter-relações entre CK, PK e TK ao usar a tecnologia para ensinar e aprender (Schmidt, Thompson, Koehler, Shin, & Mishra, 2009). Inclui o entendimento da complexidade das relações entre alunos, professores, conteúdo, práticas e tecnologias (Archambault & Crippen, 2009).

    Contexto

    Os professores são limitados por aquilo que podem fazer dentro de seu ambiente de trabalho. Por exemplo, professores com acesso limitado à tecnologia não podem usar as ferramentas da Web 2.0, disponíveis para alunos em escolas que possuem acesso ubíquo à internet. Tempo, treinamento e a natureza do acesso na escola também impactam em como a tecnologia pode ser usada na sala de aula.

    Uso do framework teórico TPACK
    O framework teórico TPACK está se tornando cada vez mais popular com um método de organização para programas de desenvolvimento profissional tecnológico educacional para professores. O uso do TPACK nesse contexto tem criado a necessidade de mensurar o professor TPACK. As pesquisas em curso nesse campo têm mostrado a dificuldade em definir as barreiras das diferentes áreas de conhecimento TPACK (Archambault & Crippen, 2009).
    O framework teórico TPACK não necessariamente precisa ser introduzido, mas relacionado à ideias criativas para o uso de tecnologias já disponíveis aos educadores. Cada componente: Tecnologia, Pedagogia, e Conteúdo precisam estar em um dado contexto de trabalho.

    Referências
    Archambault, L., & Crippen, K. (2009). Examining TPACK among K-12 online distance educators in the United States. Contemporary Issues in Technology and Teacher Education, 9(1), 71-88.
    Harris, J., Mishra, P., & Koehler, M. (2009). Teachers’ technological pedagogical content knowledge and learning activity types: Curriculum-based technology integration reframed. Journal of Research on Technology in Education, 41(4), 393-416.
    Koehler, M. J., & Mishra, P. (2008). Introducing TPCK. In J. A. Colbert, K. E. Boyd, K. A. Clark, S. Guan, J. B. Harris, M. A. Kelly & A. D. Thompson (Eds.), Handbook of Technological Pedagogical Content Knowledge for Educators (pp. 1–29). New York: Routledge.
    Mishra, P., & Koehler, M. J. (2006). Technological pedagogical content knowledge: A framework for teacher knowledge. Teachers College Record, 108(6), 1017-1054.
    Niess, M. L. (2005). Preparing teachers to teach science and mathematics with technology: Developing a technology pedagogical content knowledge Teaching and Teacher Education, 21, 509-523.
    Shulman, L. S. (1986). Those who understand: Knowledge growth in teaching. Educational Researcher, 15(4).

    Links Externos
    TPCK Wiki
    TPACK page on Punya Mishra's web
    [http://punya.educ.msu.edu/2008/03/18/site-2008-keynote/ Thinking Creatively, Teachers as Designers of Technology,
    Pedagogy and Content. Video of Keynote address by Punya Mishra and Matthew J. Koehler at SITE2008]

    Artigo científico que aborda o framework teórico TPACK no contexto brasileiro
    Revisão sistemática de literatura acerca do framework teórico TPACK no contexto lusófono
    Rolando, Luiz Gustavo Ribeiro; Maurício Roberto Motta Pinto. (2015-12-29). "O Conhecimento Tecnológico Pedagógico do Conteúdo no Contexto Lusófono: uma revisão sistemática da literatura" (em pt). Revista Brasileira de Informática na Educação 23 (03). DOI:10.5753/rbie.2015.23.03.174. ISSN 1414-5685.

     Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

    TURMA

    turma (latim: "enxame", plural: turmae) era uma unidade militar de cavalaria do exército da Roma antiga. Era constituída por 30 cavaleiros, incluindo três decuriões, um dos quais comandava a turma.
    O termo "turma" acabou por utilizar-se para designar agrupamentos de certos tipos de pessoas, com um número aproximado de elementos que os das antigas turmas militares romanas. Modernamente, é especialmente aplicado a cada um dos grupos de alunos de uma escola que partilham os mesmos horários, as mesmas disciplinas e as mesmas salas de aula.

    Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

    TEORIA DE VAN HIELE

    A Teoria de van Hiele ou os Níveis de van Hiele ou o Modelo de van Hiele constitui uma teoria do ensino e daaprendizagem de geometria, elaborado pelo casal neerlandês van Hiele.
    O modelo tem sua origem em 1957, nas dissertações de doutorado de Dina van Hiele-Geldof e Pierre van Hiele nauniversidade de Utrecht, nos Países Baixos. O livro original, a partir do qual a teoria se desenvolveu chama-se Structure and Insight: A theory of mathematics education.
    A teoria se encaixa dentro da didática da matemática e, de forma mais específica, na didática da geometria.

    Idéias básicas da teoria
    A idéia básica do modelo, expressado de forma sucinta é:
    • A aprendizagem da geometria se faz passando por níveis graduais de pensamento.
    Estes níveis não estão associados a idade, e têm as seguintes características:
    • Não se pode alcançar o nível n sem haver passado pelo nível anterior n-1, ou seja, o progresso dos alunos através dos níveis é invariante.
    • Em cada nível de pensamento, o que era implícito, no nível seguinte volta explícito.
    • Cada nível tem sua linguagem própria utilizada (símbolos linguísticos) e respectiva significância dos conteúdos (conexão destes símbolos com algum significado).
    • Dois estudantes com níveis distintos não podem se entender.

    Níveis
    Os níveis de van Hiele são cinco, podendo ser nomeados com números de 0 a 4, sendo esta notação a mais utilizada (também há a notação de 1 a 5)
    Nivel 0 : Visualização ou reconhecimento
    Nivel 1 : Análise
    Nivel 2 : Ordenação ou classificação
    Nivel 3 : Dedução formal
    Nivel 4 : Rigor

    Ver também

    Ligações externas
    Van Hiele levels and learning geometry

    Leitura complementar
    The Van Hiele Levels of Geometric Understanding por Marguerite Mason
    Young Children's Developing Understanding of Geometric Shapes por Mary Anne Hannibal
    Matemáticas Elementales en El Ciberespacio
    Apuntes para la enseñanza de la Geometría
    Otras teorías relevantes sobre didáctica de la matemática

    Referências
    van Hiele, Pierre M. Structure and Insight: A Theory of Mathematics Education. 1986. Academic Press. ISBN 012714160X
    John P. Pace. Reviewed work(s): Structure and Insight: A Theory of Mathematics Education by Pierre M. van Hiele. Educational Studies in Mathematics, Vol. 22, No. 1 (Feb., 1991), pp. 95–103 (a revisão consiste de 9 páginas) Springer. Disponível pelo banco de dados JSTOR. Acesso em 20/05/2008.
    (em inglês) McDougall, D., McGehee, J. et Leatham, K. (2002). The Working Group on Geometry and Technology. In Proceedings of the Annual Meeting of the North American Chapter of the International Group for the Psychology of the Mathematics Education, vol. 1, 2, 3 et 4, p. 109-117. Colombus, Ohio: International Group for the Psychology of the Mathematics Education. Disponível através do banco de dados ERIC.
    (em inglês) McClintock, E., Yiang, Z. et July, R. (2002). Student's Development of Three-Dimensional Visualisation in the Sketchpad Environment. In Proceedings of the Annual Meeting of the North American Chapter of the International Group for the Psychology of the Mathematics Education, vol. 1, 2, 3 et 4, p. 739-755. Colombus, Ohio: International Group for the Psychology of the Mathematics Education. Disponível através do banco de dados ERIC.
    Critique du modèle (em inglês)

    Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


    TEORIA DAS SITUAÇÕES DIDÁTICAS

    Teoria das situações didáticas (em francês: Théorie des situations didactiques) é uma teoria de aprendizagem desenvolvida por Guy Brousseau em contraposição aos trabalhos formalistas característicos da Matemática Moderna. Esta teoria se baseia em outras teorias construtivistas como a Epistemologia genética de Jean Piaget.[1]
    Brousseau coloca como idéia básica aproximar o trabalho do aluno ao trabalho de um pesquisador, testando conjecturas, formulando hipóteses, provando, construindo modelos, conceitos, teorias e socializando os resultados, com o devido auxílio do professor, que deverá providenciar situações favoráveis para que o aluno aja sobre o saber, transformando-o em conhecimento para o mesmo.
    Um conceito de extrema importância nesta teoria, é o conceito de "milieu" que em tradução literal do francês para o português seria a palavra meio. O "milieu" é tudo que interage com o aluno com o aluno de forma antagônica, ou seja, de forma a desafiar o aluno a encontrar respostas das situações problemas.
    Situações didáticas
    De acordo com Brousseau, um situação didática ocorre quando há a intenção (implícita ou explicita) de aprendizagem. Já uma situação adidática (ou não declaradamente didática), é uma situação didática em que o aluno deve perceber as características e padrões que o ajudarão a compreender um novo saber. Durante as situações adidáticas, o professor deve agir como simples mediador/observador, apenas efetuando a devolução do problema.
    Segundo Brousseau (1996) "Uma situação didáctica é um conjunto de relações estabelecidas explicitamente e ou implicitamente entre um aluno ou um grupo de alunos, num certo meio, compreendendo eventualmente instrumentos e objectos, e, um sistema educativo (o professor) com a finalidade de possibilitar a estes alunos um saber constituído ou em via de constituição... o trabalho do aluno deveria, pelo menos em parte, reproduzir características do trabalho científico propriamente dito, como garantia de uma construção efectiva de conhecimentos pertinentes"
    Uma situação didáctica é formada pelas múltiplas relações pedagógicas estabelecidas entre professoralunos e osaber, com a finalidade de desenvolver actividades voltadas para o ensino e para a aprendizagem de um conteúdo específico.
    Somente com estes três elementos é que teremos uma situação didáctica.
    Porém estes três elementos, ou a situação didáctica, não são suficientes para entender por completo o conteúdo em questão: precisa-se de uma vinculação com outros recursos didácticos, para que se entenda realmente a matéria, como por exemplo, a forma como o professor ensina, os métodos utilizados, a disposição da matéria. É muito importante que o professor saiba apresentar o conteúdo para que os alunos se interessem e vejam o conteúdo na sua realidade, caso contrário os alunos ficarão cada vez mais distantes e não assimilarão os conteudos pretendidos.
    Tipos de situações didácticas
    Brousseau a fim de analisar as relações existentes entre as actividades de ensino com as diversas possibilidades de uso do saber matemático, categoriza situações didácticas em quatro tipos: situações de acçãode formulaçãode validação e de institucionalização.

    Situação de acção

    • É aquela quando o aluno, que se encontra activamente empenhado na procura de uma solução de um determinado problema, realiza determinadas acções mais imediatas, que resultam na produção de um conhecimento de natureza mais operacional.

    Situação de formulação

    • O aluno já utiliza na solução do problema estudado, alguns modelos ou esquemas teóricos explícitos além de mostrar um evidente trabalho com informações teóricas de uma forma bem mais elaborada, podendo ainda utilizar uma linguagem mais apropriada para viabilizar esse uso da teoria.2

    Situação de Validação

    • É aquela em que o aluno já utiliza mecanismos de prova e onde o saber é usado com esta finalidade. Estas situações estão relacionadas ao plano da racionalidade e directamente voltadas para o problema da verdade.

    Situações de institucionalização

    • Visam estabelecer o carácter de objectividade e universalidade do conhecimento. O saber tem assim uma função de referência cultural que extrapola o contexto pessoal e localizado... o professor selecciona questões essenciais para a apropriação de um saber formal a ser incorporado como património cultural.

    Situações a-didácticas
    Para que exista uma efectiva aprendizagem do aluno, deve-se considerar as situações em que o aluno continua a aprender, mesmo que o professor não esteja presente, pois as aulas em si representam apenas uma parcela dos possíveis momentos de aprendizagem.
    No desenrolar de uma situação didáctica, existem diversos tipos de variáveis didácticas, entre elas, algumas em que o professor não controla directamente. Na maioria das vezes, estas variáveis didácticas que o professor não controla directamente, estão inseridas no que Brousseau denominou de situações a-didácticas, situações onde existe aprendizagem, mas sem a presença do professor.
    Quando o aluno se torna capaz de pôr em funcionamento e utilizar por si mesmo o saber que está a construir, numa situação não prevista em qualquer contexto de ensino e também na ausência de qualquer professor, está a ocorrer então o que pode ser chamado de situação a-didáctica.” Brousseau (1996)
    A situação a-didáctica caracteriza-se basicamente por momentos do processo de aprendizagem nos quais o aluno trabalha de forma independente, onde não recebe qualquer tipo controlo directo por parte do professor.
    Segundo Brousseau, a-didáctica não significa negação da didáctica, mas uma aparente ausência do professor, numa determinada etapa do processo de ensino-aprendizagem, durante o qual, o aluno trabalha individualmente ou em grupo, para construir um novo conhecimento.

      Ver também

    Referências Gerais
    BROUSSEAU, G. Fondements et méthodes de la Didactique des Mathématiques. In: BRUN, J. et ali. Didactique des Mathématiques. Paris: Delachaux et Niestlé S.A, 1996.
    FREITAS, J.L.M. Situações Didácticas. In: MACHADO, S.D.A. et ali (1999)

    Referências
    FREITAS, J. L. M. (2008). «Teoria das Situações Didáticas». In: In: MACHADO, S. D. A. (org). Educação Matemática: Uma (nova) introdução. EDUC 3ª ed. ed. (São Paulo [s.n.]). pp. 77–111. ISBN 978-85-283-0373-5.

    Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.