A ESCOLA REAVALIANDO SEUS PROJETOS

A escola sabe que uma de suas principais funções é formar. Formar o aluno, especialmente, para os valores essenciais da vida. Formar o aluno para ensiná-lo a aprender a aprender, não perder de vista a sociedade do conhecimento em que vivemos. Formar para informar.
No processo educacional, a escola está sempre se avaliando, avaliando os resultados de seu procedimento. Ao lado da ministração das matérias tradicionais, aspectos da escola do passado, que foram por ela relegados, começam a bater às portas da nova escola, como a formação das meninas para a responsabilidade do lar.

Numa sociedade que estimula a inserção ferrenha da mulher no mercado de trabalho, rotulando-as de “livres e modernas”, a carreira profissional sacrificou a transmissão de valores e o amor familiar, em nome do conforto material. O resultado são crianças desassistidas, ausentes do companheirismo materno, tornando-se neuróticas, carentes, enfastiadas e imbecilizadas pelas horas diante da TV, do computador, dos jogos eletrônicos, resvalando para o caminho das drogas, da violência. Muitas escolas entenderam a necessidade de educar, de conscientizar sobre a volta da mãe para a casa.

Essas escolas, querendo salvar a juventude, foram além da preocupação primeira, que são seus alunos. Salvá-los, educando e orientando seus pais, de modo específico, suas mães. Sentiram a importância, que pesa em suas costas de educadoras, de resgatar princípios familiares, relegados a planos inferiores no dia de hoje, trazendo consequências desastrosas. Entenderam essas escolas que estariam ajudando a integrar melhor seus alunos, no processo de ensino-aprendizagem, se levassem as mães a se apropriarem novamente de seu papel maternal e de se sentirem orgulhosas de estar  em casa e criar uma família saudável, ajustada. Seus objetivos seriam analisados, inclusive, pelos próprios alunos.

Um outro aspecto da escola do passado e que vem sendo abraçado por muitas escolas é ensinar a criança a manusear a linha e a agulha. A escola da década de 40 e 50 ensinava as alunas, no 1.º grau, então curso ginasial, a bordar – era famoso o ponto de cruz – a remendar, a fazer barra, pregar botões, enfim a adquirir alguma habilidade necessária  de costura para o dia-a-dia da família.

Algumas escolas de Educação Infantil, já a partir de crianças de 5 anos, estimulam o gosto pela costura. Ao lado prático da atividade, ensinam a fazer roupa para bonecas. As crianças cortam as roupinhas com a ajuda das professoras, costuram e fazem colagens, como de lantejoulas, para decorar os tecidos. Várias atividades são pensadas no sentido da mulher reinterpretar seu papel no seio familiar.

Um aspecto muito atual, que chama a atenção dos pais e deve ser revisto pelas escolas, é o uso indiscriminado da internet. Sem a vigilância dos pais e sem o devido controle dos professores  no uso do computador, os estudantes imprimem trabalhos inteiros sem precisar lê-los, adquirir conhecimento a respeito.

Estamos diante de uma nova geração que cresceu na frente da internet e que domina os recursos do computador mais que os adultos, mais que os próprios professores. Adquiriram um código diferente do nosso, vivem um novo tempo, diferente da geração que foi fruto de outras ferramentas, como da enciclopédia, da biblioteca.

A internet facilita o ensino, mas pode, também, servir de obstáculo para o aprendizado, quando o aluno simplesmente copia o texto, cola em outra página, imprime e o trabalho está pronto para ser entregue ao professor. O computador é o amigo CDF – como ele fala – que resolve tudo.

O aluno, de um modo geral, não pesquisa, não analisa, apenas copia. Dificilmente ele lê, buscando entender o texto. Essa é uma geração que não aprendeu a frequentar a biblioteca, uma geração que lê muito pouco ou não lê nada. Em média, usam a internet por mais de duas horas diárias. Nas férias, chegam a passar a madrugada no computador.
São crianças distanciadas da presença freqüente dos pais, criadas sem limites, dedicando-se a fazer só o que gostam. Utilizam-se de um vocabulário restrito, com erros de ortografia, concordância, pontuação. Têm preguiça de escrever, escreve tudo abreviado: vc, pq, ok, tá...

Os truques utilizados para resolver rapidamente o problema avolumam-se: “internet de banda larga”, “áudio e webcam”, “messenger”, quando o aluno se utiliza de colegas de séries mais avançadas, organizando uma lista dos melhores alunos da lista do msn (messenger)
Uma pesquisa, feita com alunos de 5.ª a 8.ª série, revelou que poucos, muito poucos, se interessam, realmente, em aprender o conteúdo a ser pesquisado. Reproduzem o texto, não confrontam a informação, sendo que, muitas vezes, o professor recebe trabalhos iguais.

Sabemos que o computador veio para ficar, é um instrumento educacional de alta valia. Esses alunos são frutos da geração digital, de uma nova época. Não se quer, nem se pode afastá-lo desse recurso valioso para a aprendizagem. Mas, tem que haver, por parte dos pais e por parte dos professores, acompanhamento e controle da situação. Deixar a pesquisa ao bel-prazer do adolescente é conduzi-lo ao caminho do despreparo, especialmente no desenvolvimento do espírito crítico, na aquisição do conhecimento, com uma escrita empobrecida, de frases desconexas, sentido entrecortado e um baixo nível ortográfico.

A comunicação entre os alunos torna-se cada vez mais difícil. Emprega-se displicentemente o idioma. Fala-se por sinais, por palavras truncadas. As abreviações tornam-se emblema dessa geração.
A escola precisa checar a pesquisa aluno por aluno. Elaborar, para ser respondidas em sala de aula, questões para a interpretação de texto, redações sobre os assuntos pesquisados, com meditação e correção gramatical. Um outro recurso é fazer o aluno trazer a pesquisa feita em casa pela internet e construir, com ele, o texto em sala de aula, ajudando-o a analisá-lo, a produzir em cima dele. O aluno pode avançar e muito com a ajuda do computador. Afinal, ele vive um novo mundo. O que ele precisa é ser observado mais de perto, ter um acompanhamento interessado e pedagógico por parte do professor, aperfeiçoando e enriquecendo o conhecimento.

Izabel Sadalla Grispino nasceu na cidade de Guariba/SP. Fez seus primeiros estudos em sua terra natal e posteriormente (cursando o antigo Clássico), na cidade de Jaboticabal/SP. Em 1948, transferiu-se para a cidade de São Paulo, onde terminou, em Colégio Estadual, o curso iniciado em Jaboticabal. Em 1950, ingressou na antiga e tradicional Faculdade de Filosófica, Ciências e Letras, da Rua Maria Antonia, unidade pertencente à USP, licenciando-se, no ano de 1953, em Letras Neolatinas, dedicando-se, a partir daí, inteiramente ao setor educacional. No magistério, exerceu os cargos de Professora Secundária, lecionando português e francês, Diretora de Escola e Supervisora de Ensino, além de professora universitária.
Site: http://www.izabelsadallagrispino.com.br/

A ESCOLA EXPANDINDO SEU OLHAR EXTRAMURO

Lição de casa, o terror da meninada! Difícil achar uma criança que goste de fazer os deveres de casa. Querem mais é brincar, ver TV, jogar com os amiguinhos, menos fazer as tarefas escolares.
Lições de casa bem feitas contribuem para um bom aprendizado. Por essa razão, a escola passa orientação aos pais, a fim de que criem condições a que as tarefas sejam cumpridas de modo proveitoso e, de alguma forma, mais prazeroso.
Alguns procedimentos costumam surtir bons efeitos:
– Televisão: O horário deve ser acertado entre pais e filhos. Estes só poderão assistir-lhe depois de todas as tarefas cumpridas, mas, um fundo musical, ao gosto da criança, ajuda a concentração. Há as que preferem fazer a lição assim que chegam em casa. Outras preferem um tempo para relaxar. O importante é não deixar os trabalhos para depois do jantar.

– Sobrecarga de atividades: Se a criança chega em casa exausta, sem vontade de fazer nada, talvez esteja sobrecarregada, com muitas atividades extracurriculares, como inglês, natação, judô etc. A criança precisa ter um tempo para ler, brincar com os amigos, passear com o cão, jogar, ou seja, ter brechas na sua agenda para descontrair. Um arranjo deve ser estudado com o professor.

– Presença importante:Ao fazer as lições de casa, geralmente a criança fica sozinha com suas dificuldades, com suas dúvidas. Os pais ajudam-na a lidar com essa insegurança, passando-lhe a noção de que com um esforço somos capazes de vencer. Não devem esperar até o último momento para ajudar, quando a criança já chorou, já esperneou. Devem solucionar as dúvidas, explicando-as quando solicitados. Devem estimular a criança a exteriorizar suas preocupações. Os pais não devem se iludir com crianças quietas demais. Às vezes, essas crianças que concordam com tudo podem estar apenas demonstrando sua insegurança em relação ao amor da família e devem ter problemas de auto-afirmação.

– Cuidar da auto-estima:Os pais devem elogiar o esforço mais do que o resultado. Habitue seu filho pensar que ele é capaz. A auto-estima elevada vai proteger a criança nas adversidades futuras. Às vezes, vale mais um bom esforço que uma boa nota.

– Nunca fazer os trabalhos por ela:Acompanhe o processo de aprendizagem da criança, mas só ela pode percorrê-lo. É ela quem está aprendendo. Mostre interesse por sua vida na escola, tenha conhecimento de suas notas, mas não seja o seu professor. Ajude-a, apenas, quando solicitado. Ensine-a a usar as ferramentas e não fazer as tarefas por ela.

– Motivá-la:Nessa fase, não adianta apelar para a idéia de um bom emprego, que arrumará no futuro daqui a 20 anos. Deve fazer a criança entender que o estudo é importante porque a inteligência tem que ser cultivada, tem que ser treinada. Que há coisas importantes que só desenvolvemos através do estudo, como a perseverança, a coragem, a confiança, o autoconhecimento.

– Ensinar regras de estudo:Estudar primeiro o que se tem mais dificuldades e o que gosta menos. Quando o texto tem muitas páginas, sublinhar e tomar notas ajudam a não desviar o pensamento. Ensine a criança a anotar os dias dos testes e a estudar com antecedência. Ensine-a a se conscientizar da necessidade de se organizar, porque o melhor método para se aprender é a persistência, a dedicação.

A  CRIANÇA  NO ADULTO REALIZADO
Uma criança que se sente amada
É uma criança confiante, feliz,
O mundo conquistará animada,
Ostentará uma personalidade sem verniz.

Eleve sua auto-estima,
Não a castigue, ressalte suas qualidades,
Amanhã ela saberá dar a volta por cima,
Saberá desenvolver suas virtualidades.

Deixe-a desabrochar lentamente,
Ensine-a a ver o lado bom das coisas,
Acompanhe seus passos sorridente,
Cultive o humor conjuntamente.

Ajude-a a descobrir seus dons,
A ter noção de seu próprio pendor,
Evitando desajuste de futuras profissões;
Mantenha com ela permanente relação de amor.

A criança respeitada em sua natureza,
Galgando o saber conforme sua competência,
Alcança, em harmonia, a soberba grandeza,
Guardada nas artes, na ciência.
Izabel Sadalla Grispino nasceu na cidade de Guariba/SP. Fez seus primeiros estudos em sua terra natal e posteriormente (cursando o antigo Clássico), na cidade de Jaboticabal/SP. Em 1948, transferiu-se para a cidade de São Paulo, onde terminou, em Colégio Estadual, o curso iniciado em Jaboticabal. Em 1950, ingressou na antiga e tradicional Faculdade de Filosófica, Ciências e Letras, da Rua Maria Antonia, unidade pertencente à USP, licenciando-se, no ano de 1953, em Letras Neolatinas, dedicando-se, a partir daí, inteiramente ao setor educacional. No magistério, exerceu os cargos de Professora Secundária, lecionando português e francês, Diretora de Escola e Supervisora de Ensino, além de professora universitária.
Site: http://www.izabelsadallagrispino.com.br/

MUSICA NAS ESCOLAS DE EDUCAÇÃO BÁSICA


MusicaDo canto orfeônico amplamente divulgado por Villa-Lobos na década de 30, destacando o civismo e a disciplina como fundamentos educacionais à Lei 11.769 publicada no D.O.U. de 19 de agosto de 2008 instituindo a obrigatoriedade do ensino de música nas escolas brasileiras, é inegável a importância da música na educação. Entretanto, diante do cenário promissor, surgem algumas dificuldades, dentre elas, professores qualificados e salas de música adequadas.
Escolas e professores necessitam estar perfeitamente harmonizados para que a educação musical possa cumprir ao propósito de ser mais uma linguagem acessível ao aluno no seu processo de expressão e comunicação de sentidos, ideias e sentimentos, mas, nem sempre isso acontece... Como então aproximar realidades e desejos?
Com relação ao professor, ressalta-se que ele deve ter uma prática musical constante seja ela erudita ou popular, deve entender os teóricos mais relevantes na atualidade, como Piaget, Vygotsky, Maturana, Wallon, assim como ter conhecimento das diversas correntes pedagógico-musicais, das quais destacam-se Dalcrozze, Sá Pereira, Orff, Willems, Shaffer, Paynter, Swanwick e Gainza. Ou seja, conjugar sua própria teoria e prática se apresenta como uma condição inerente a todo educador que se propõe a formar alunos críticos e criativos plenamente inseridos na sociedade em que vive.
Cabe ao professor, portanto, no uso de sua inventividade, tornar suas aulas dinâmicas e atrativas, a despeito por vezes, dos poucos recursos disponíveis. Fazer uso de instrumentos alternativos, por exemplo, faz parte de uma das estratégias de ensino, mas não deveria ser prática constante decorrente das más condições de ensino. Entretanto, são eles que possibilitam a criação de uma verdadeira orquestra, experimentação de sonoridades diversas, criação de temas musicais, arranjos, entre outras possibilidades musicais. Também o uso da voz e do corpo são possibilidades sonoras das mais ricas.
Considerando-se que a intenção musical é, na verdade, o principal objetivo de uma aula de música e com esse propósito, pode-se tirar partido de todo e qualquer som. Ressalta-se que o desafio de criar atrai naturalmente crianças e jovens, e que uma aula de música ativa, pautada na experimentação e na criação, apresenta-se como uma estratégia de ensino das mais envolventes.
Com relação à sala de música, as escolas deveriam estar prontas para atender as especificidades da disciplina quais sejam: salas acústicas, instrumentos musicais tradicionais, aparelhagem de som, para citar algumas. O que fazer então, quando a sala disponível é completamente desprovida de condições? Buscar soluções alternativas? Usar caixas de ovos como forração acústica? Usar um equipamento de som mesmo com baixa qualidade sonora? Uma solução seria promover visitas a espetáculos para que os alunos tenham a oportunidade de vivenciar sons de qualidade superior às proporcionadas pelo ambiente escolar.
Não se tem dúvidas de que um educador é um sonhador, mas não se deve esquecer que o contraponto formado por um professor preparado e uma sala de música adequada, ativa o interesse do aluno, expande a criatividade e, por conseqüência, chega muito mais perto dos objetivos de uma educação voltada para uma vida cidadã plena e abundante e, essa deve ser a meta.

Márcia Victório - doutora em ciências da educação, mestre em música, psicóloga e arteterapeuta junguiana. Palestrante, conferencista e facilitadora de oficinas de música e de arteterapia em eventos nacionais e internacionais. Professora de Educação Musical no Colégio Pedro II – Unidade Tijuca I desde 1993. Ex-professora do curso de pós-graduação em arteterapia na Clínica POMAR/ISEPE. Há mais de 20 anos atuando na clínica arteterapeutica. Autora do livro ‘Impressões Sonoras – música em arteterapia’ (WAK editora, 2008) e do livro ‘O Bê-a-bá do Dó-ré-mi – Reflexões e Práticas sobre a educação musical em escolas de ensino básica’ (WAK editora, 2011). Membro fundador da Associação de Arteterapia do Rio de Janeiro e membro do Conselho de Honra da União Brasileira de Arteterapia.   Contato: marciavictorio@ig.com.br

ADEQUAÇÃO EMOCIONAL NA ESCOLA

Pesquisa feita pela Universidade de Harvard mostra que inteligência emocional faz mais
diferença do que tirar boas notas. Este é meu atual tema de pesquisa. A inteligência emocional é formada por um conjunto de competências relacionadas à capacidade de administrarmos de forma adequada às próprias emoções e, também, as alheias (das pessoas com as quais convivemos). Assim sendo, são trabalhados 5 eixos:
  • Consciência Emocional
  • Adequação Emocional
  • Autonomia Emocional
  • Habilidades socioemocionais
  • Habilidades para a vida e o bem-estar.
Todos estes aspectos contribuem para um desenvolvimento emocional sadio de crianças e adolescentes. Embora seja a família a principal responsável, aquela que exerce o papel imprescindível na educação emocional de crianças e jovens, algumas iniciativas em escolas têm sido realizadas com sucesso. 
Tal capacidade de administração das emoções apropriadamente é o que chamamos Adequação Emocional. 

Quando nos sentimos atacados, criticados, insultados, provocados, tendemos a reagir da mesma forma, o que gera conflitos e consequências imprevisíveis.
Infelizmente, é comum as crianças escutarem “conselhos” de seus familiares que incentivam a revidar agressões. Também ainda é corriqueiro ouvir gritos dos professores e a punição através de castigos.

Educar emocionalmente implica em fortalecer o indivíduo, resgatar valores, o senso de respeito, de solidariedade e responsabilidade. 
Adequação Emocional consiste em saber manter a tranquilidade antes de falar ou agir diante de uma situação que nos gera sentimentos negativos
“A ira tem múltiplas formas: raiva, cólera, rancor, ódio, fúria, indignação, ressentimento, ciúmes, inveja, desprezo, rejeição, receio, etc. Qualquer uma dessas formas de ira pode nos levar à violência, pois esta, nada mais é, do que a consequência da ira mal resolvida. Por esse motivo é que a adequação emocional deve ser trabalhada na família e na escola, já que é uma das melhores maneiras de se prevenir a violência.” (Bruna Alves) 
A falta de tempo para se dedicar aos filhos e o receio de produzir crianças reprimidas está gerando uma quantidade muito grande de crianças mal educadas e emocionalmente menos aptas. Aceitar frustrações, opiniões contrárias, tolerando-as sem explodir ou se desesperar; perseverar para alcançar objetivos apesar de obstáculos e dificuldades - são sinais de que a pessoa é adequada emocionalmente. 

A melhor maneira de tornar as pessoas mais inteligentes emocionalmente é começar a educá-las quando ainda são crianças.
“... embora as escolas declarem que preparam seus alunos pare a vida, a vida certamente não se limita apenas a raciocínios verbais e lógicos. As escolas devem favorecer o conhecimento de diversas disciplinas básicas; que encorajem seus alunos a utilizar esse conhecimento para resolver problemas e efetuar tarefas que estejam relacionadas com a vida na comunidade a que pertencem; e que favoreçam o desenvolvimento de combinações intelectuais individuais, a partir da avaliação regular do potencial de cada um.” (GARDNER, 1989) 

Gottman, propõe 5 passos para aqueles pais que ainda não são preparadores emocionais, para que se tornem:

Perceber as emoções das crianças e as suas próprias;
Reconhecer a emoção como uma oportunidade de intimidade e orientação;
Ouvir com empatia e legitimar os sentimentos da criança;
Ajudar as crianças a verbalizar as emoções;
Impor limites e ajudar a criança a encontrar soluções para seus problemas.
Dentro das escolas deve-se aproveitar a variedade de experiências e opiniões para desenvolver atividades em equipes, onde todos trabalham igualmente e precisam:  ouvir, argumentar e contra-argumentar, dividir responsabilidades e unirem-se para ter um resultado satisfatório.
A adequação emocional é fundamental na interação com outras pessoas e isso ocorre o tempo todo dentro das escolas. Para tanto, saber escutar, respeitar opiniões divergentes, não se precipitar, formular perguntas, aceitar silêncios, são ações condizentes com um clima emocionalmente equilibrado.

Não basta possuir um vasto conhecimento e ser culturalmente bem informado. É essencial que saibamos colocar em prática todo esse conhecimento, desenvolvendo-os harmonicamente, com senso moral, ético, de justiça, união e solidariedade – isto nos torna cidadãos no sentido pleno da palavra.

Sugestão de Dinâmica para alunos do Ensino Fundamental I e II

Vende-se
O objetivo da dinâmica é fazer um "anúncio pessoal" para tentar "vender" a alguém.
Desafie os alunos a descreverem as qualidades de uma pessoa do grupo, explicando o objetivo da atividade.
Pode-se propor a apresentação para a classe de várias maneiras:

Todos descrevem e anunciam a mesma pessoa.
Cada um descreve e anuncia um colega escolhido por sorteio.
Cada um faz o próprio anúncio.
Após a realização da atividade é fundamental refletir juntamente com a classe:
Como eu me senti? Estou satisfeito ou desconfortável para falar bem de mim? E dos outros? Fazemos isso com bastante frequência? Estou disposto a praticar esse lado da minha personalidade? Quando posso implementar esta atitude para com as pessoas ao meu redor?
Com esta dinâmica estará trabalhando: autoconhecimento, autoestima e comunicação -  pilares essenciais para desenvolver a inteligência emocional e a coesão do grupo.

Competências socio emocionais serão trabalhadas nas escolas
Educar para as emoções
Uma aula, por semana, só de amor
A importância de se educar para as emoções

Vivemos uma grande crise educacional. Não há uma formação reflexiva,geralmente, não formamos seres pensantes, homens completos. É urgente um trabalho afetivo, pautado em desenvolver emoções e criticidade. Como oferecer às novas gerações oportunidades para desenvolver talentos para a ciência e a beleza, para a solidariedade e a harmonia? 


Referências:
  • GARDNER. H.;Hatcb, T. Multiple intelligences go to school: educational implications of the theory of Multiple Intelligences. Educational Researcher, v.18, n.8. 1989. 
  • GOTTMAN, John. Inteligência Emocional e a Arte de Educar Nossos Filhos. Editora: Objetiva.
  • Bruna Alves - http://comoeuaprendo.blogspot.com.br
Leia também:
Vídeo:  Inteligência emocional:

Paty FontePaty Fonte (Patricia Lopes da Fonte)
Educadora especialista em pedagogia de projetos, escritora, autora do livro “Projetos Pedagógicos Dinâmicos: a paixão de educar e o desafio de inovar”, publicado pela editora wak; autora e tutora de cursos presenciais e on-line de educação continuada a docentes, coach, palestrante.

EDUCAÇÃO E OS CATADORES DE FEIJÃO


A educação e os catadores de feijãoA educação é um dos pilares de investimento que qualquer político promete para poder se eleger e assim, perpetuar o seu limo, pois essas promessas não passam de devaneios, visto que são palavras com bases profundas no alicerce da ignorância do povo.
Não querendo poetizar as palavras, mas pode-se perceber a rima entre pedagogia e demagogia, pedagogo e demagogo.
Para esclarecimento, o pedagogo é um profissional formado em pedagogia e ele deveria estar preparado para desenvolver um trabalho que focasse uma educação com qualidade, operacionalizando projetos, métodos e sistemas pedagógicos focando sempre uma educação protagônica e libertadora; e os demagogos, são aproveitadores que usam da demagogia para conduzir a massa de manobra que somos nós a uma falsa situação.
Em nossa educação, encontramos vários profissionais com estas duas características, ou seja, deveriam ser profissionais apenas da educação e assim, causar mudanças favoráveis para a evolução do educando, mas estes profissionais esbarram-se nos interesses próprios, no seu ego insano, ficando conseqüentemente, apenas com ações estéreis para uma seara que poderia dar bons frutos para o desenvolvimento do seu município, cidade e até mesmo o pais, além da evolução dos próprios educandos.
Cabe aqui ressaltar uma frase muito comum na administração, frase esta usada por bons gestores. Para eles, existem os “catadores de feijão”. Catadores de feijão são as pessoas que exercendo um posto de comando (não é de liderança, pois nem todos que assumem postos assim são líderes) tomam atitudes sem pensar nas conseqüências, sem se preocupar com o bem estar de seu funcionário, ignorando por sua própria estultice e boçalidade que um funcionário satisfeito é capaz de dar o máximo de si pela organização, seja ela pública ou privada.
Estes catadores de feijão, por pura nesciosidade e falta de knowrhow  no quesito relações humanas, têm atitudes que ultrapassam a ridicularidade, e estes mesmos, acreditam e tentam convencer os demais que suas ações são realmente importantes para a instituição.
Quantas estultices por parte destes profissionais da educação sem educação. Infelizmente nesta área, é onde se encontra uma grande variedade de pessoas assim, e acreditam nessas inverdades que tentam convencer os demais de que suas atitudes são relevantes para a instituição, mas sequer se perguntam em que estas atitudes afetariam e quais benefícios trariam?
Quanto a idiotice, na educação é o local para a pessoa certa. São estes profissionais de educação sem educação que impõem sua vontade, ignorando a situação de seus envolvidos.
Não se pode confundir educação citada acima com a educação formal, oferecida pelas instituições educacionais, pois muitos com diplomas empoeirados e/ou mofados, acreditam ser o centro das atenções. A primeira palavra refere-se em como lidar com pessoas como gentilezas, empatia, carisma, caráter, autenticidade dentre outros adjetivos que deixam a desejar em nossos educadores que representam a classe de docentes.
As mudanças são necessárias até mesmo quando nos tiram da zona de conforto, então isso nos faz enxergar que as vezes a vida tem mais opções do que as oferecidas.
Acredita-se na mudança que tem como cerne a educação de qualidade, mas com tantos catadores de feijão ligados a ela, ficará difícil, e nós educadores, teremos que nos conformar e ficar com as quimeras que trazemos em nós, como a vontade realmente de uma verdadeira mudança na educação não para satisfazer os egos inflados destes pseudo-educadores, mas para que seja uma pedra a alicerçar a vida de nossos educandos.

Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade: www.wolmer.pro.br

A AVENTURA DE ENSINA, CRIAR E EDUCAR


Professora
O educador lida com a arte de educar. O instrumento de sua arte é a pedagogia. Ciência da educação, do ensinar. É no seu ensinar que se dá seu aprendizado de artista. Toda pedagogia sedimenta–se num método. Maneira de ordenar, organizar com disciplina, a ação pedagógica segundo certos pressupostos teóricos. Toda pedagogia está sempre engajada a uma concepção de sociedade, política. É neste sentido que nesta concepção de educação de educação este educador faz arte, ciência e política. Faz política quando alicerça seu fazer pedagógico a favor ou contra uma classe social determinada. Faz ciência quando apoiado no método de investigação científica estrutura sua ação pedagógica. Faz arte porque cotidianamente enfrenta – se com o processo de criação na sua prática educativa, onde no dia – a - dia lida com o imaginário e o inusitado. A ação criadora envolve o estruturar, dar forma significativa ao conhecimento. Toda ação criadora consiste em transpor certas possibilidades latentes para o campo do possível, do real.
Assim, como o próprio viver, o cria é um processo existencial. Não lida apenas com pensamentos, nem somente com emoções, mas se origina nas profundezas de nosso ser, onde a emoção permeia os pensamentos ao mesmo tempo que a inteligência estrutura, organiza as emoções. A ação criadora dá forma, torna inteligível, compreensível o mundo das emoções. É nesta busca de significados que o educador estrutura, organiza a consciência de seu viver pedagógico.
O ato criador é o processo de dar forma, dar vida aos nossos desejos. Para isso, é necessário estar concentrado – como corpo e a mente presentes – para desenvolver o esforço na educação do desejo que traz o germe da paixão.
Paixão que precisa ser educada...
No exercício disciplinado de sua arte (mediado por seus instrumentos metodológicos), é que a paixão de educador é educada. Educador ensina a pensar, e enquanto ensina, sistematiza e apropria – se do seu pensar. Pensar é o eixo da aprendizagem. Para pensar e aprender tem – se perguntar. E para perguntar é necessário existir espaço de liberdade e abertura para o prazer e o sofrimento inerentes a todo processo de construção do conhecimento. A pergunta é um do sintomas do saber. Toda pergunta revela o nível da hipótese em que se encontra o pensamento e a construção do conhecimento. Revela também a intensidade da chama do desejo, da curiosidade de vida. Ansiedades, confusões e inseguranças são constitutivas do processo de pensar e aprender. Assim como também o imaginar, o fantasiar e o sonhar. Não existe pensamento criador sem estes ingredientes. Educador ensina a pensar. Mas somente pensar não basta. Educador ensina a pensar e a agir, segundo o que se pensa quando se faz. Nesta concepção de educação o educador é um leitor, escritor, pesquisador, que faz ciência da educação.
Graduada em Pedagogia pela USP Madalena Freire dedica-se desde 1981 à formação de educadores com grupos de reflexão e estudo.
PPD recomenda sua obra: A paixão de conhecer o mundo. São Paulo: Paz e Terra, 2003 (16ª edição).

A AULA

Todos estavam sentados esperando que o professor entrasse para dar sua costumeira aula de filosofia. Neste dia, um forte calor fez com que as janelas fossem abertas e o vento disputava caminho com os sons que vinham do bosque ao lado da faculdade.
Professor Augusto entrou como sempre elegante em seu velho e modesto terno de casimira, parou diante dos
50 alunos e tossiu muito, por vários minutos! Aquela tosse estava sinalizando algo muito ruim e, mesmo assim, ele continuava fumando naquele cachimbo de porcelana. Um lápis caiu ao chão e, dois alunos, na tentativa de recuperar o objeto, acabaram chocando as cabeças quando se abaixaram rapidamente. “- Meninos! E, se pudéssemos voltar no tempo para impedir que o lápis caísse ao chão?” – Perguntou o professor. “- Teríamos agora dois colegas sem dor nas testas?” A risadaria foi geral e, ele interrompeu com outro questionamento: “ – Quem não gostaria de voltar no tempo para mudar algo que fez de errado na vida?”
O silêncio tomou conta do lugar: “- Eu poderia, por exemplo, voltar 30 anos na minha própria vida e evitar que começasse a fumar. Quem sabe, deste jeito, eu não teria um câncer diagnosticado como incurável? – O silêncio se transformou em algo triste. Ele finaliza olhando o céu pela janela: “– O que você gostaria de mudar em sua vida caso pudesse voltar no tempo?”
O paradoxo temporal sempre foi motivo para muitas histórias de ficção científica: como o filho voltando no tempo e quase impedindo os pais de se casarem ou evitando a morte de um amigo e, com isto, causando um dano maior ainda. A trilogia “Efeito Borboleta” transforma essas possibilidades em filmes de terror.

Pensado bem, não teríamos as guerras mundiais! Voltando ao momento chave e mudando o rumo da história poderíamos evitar muitos massacres. No entanto, das guerras surgiram avanços tecnológicos. O esforço de guerra obrigou os países a acelerarem projetos que hoje estão plenamente incorporados ao nosso modo de vida moderno. A penicilina, do Dr. Alexander Fleming, é um grande exemplo disto, pois sua utilização prática só começou em 1943, quando os governos, preocupados com o aumento das baixas decorrentes de infecções nos campos de batalha, resolveram aplicá-la nos soldados feridos. A aviação, outra beneficiada, teve um avanço incrível, também na segunda guerra, com a invenção alemã do avião a jato, o Heinkel He 178,ue alcançava os incríveis 640 Kms/h a 12 mil metros de altura! Logo após a guerra essa tecnologia passou para a aviação comercial. Nem é necessário lembrar a energia atômica e seu uso calamitoso no fim da guerra. Mas, surgia aí, a história da energia produzida pelos átomos que hoje ilumina milhões de lares em todo o mundo, inclusive no Brasil.

A verdade é que, o que ocorreu de ruim em nossa concepção no passado, pode ter direcionado nossas vidas de um jeito do qual não queremos abrir mão hoje. As tragédias sempre existiram e existirão. A despeito de todas as precauções que possamos tomar, jamais poderemos evitar a catástrofe e o sofrimento, pois, isto é parte da nossa própria existência do mesmo jeito que a morte.

Muitas vezes podemos pensar que certas coisas poderiam ser evitadas. Quem sabe não saindo de casa nunca, jamais seríamos atropelados? Ou, não morando em prédios escaparíamos de incêndios e desabamentos? Uma vez, minha esposa estava dirigindo quando um caminhão (desses de colocar concreto em obras) bateu com seu braço articulado em um poste. Os fios de alta tensão romperam e “laçaram” o carro dela que passava no local. Foram alguns minutos de faíscas e fogo em volta do veículo com ela dentro, com os vidros fechados sem nada poder fazer. Logo o sistema tombou a eletricidade e o horror passou sem deixar vítimas. Minha pergunta é: qual a probabilidade de algo assim ocorrer com alguém transitando em seu carro?

A aula, com o professor Augusto, aconteceu de fato em 1988, apenas seu nome está alterado neste texto. O cenário se tornou duvidoso após a pergunta que ele fez, o que poderíamos querer mudar em nossas vidas e quais seriam as consequências disto? Será que a morte, a tragédia maior, pode(ria), de fato, ser evitada? No meio desta aula ele perguntou solene: “-Quem aqui, nesta turma, fuma? Por favor, levante o braço.” Quase todos ergueram os braços, afinal, naquela época, fumar era um atestado de independência e masculinidade entre os meninos e, apenas duas pessoas não se manifestaram. Ele completou em tom profético: “- Chegará o momento que, em uma sala como esta, será justamente o contrário, apenas um ou dois terão este vício maldito, no dia em que tiverem mais exemplos como o meu.” Um ano depois, por causa do câncer, ele deixou esse plano.

Existe uma frase na filosofia védica: “Rakhe Krishna mare ke mare krishna rakhe ke”. Significa: aquele que é protegido por Krishna ninguém pode matar, mas se Krishna desejar matar alguém, não há ninguém que possa salvá-lo. Devemos sim, aprender com os erros que ocasionaram tragédias e tentar, se possível, evitá-las no futuro e, caso algo ronde a mente tirando a paz de espírito, gerando angústia com memórias trágicas do passado o melhor que se pode fazer é ressignificar. Não se trata de diminuir o valor do ocorrido, mas, de procurar entender que, tudo caminha sempre para o mesmo destino final, é só uma questão de tempo. E o tempo, querido amigo, é apenas uma interpretação nossa da percepção do movimento da luz e sombra proporcionado pelo sistema solar onde estamos inseridos no momento.

João Oliveira - Psicólogo Clínico. Mestre em Cognição e Linguagem,  pela Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF) / RJ . Pós-graduado em Hipnose Clínica e Organizacional: uma técnica prática na construção da saúde - SPEI / IBHA - Rio de Janeiro. Pós-graduado em Psicologia Humanista Existencial - UNESA.Pós-graduado em Cultura, Comunicação e Linguagem -FAFIC. Graduado em Psicologia – Formação de Psicólogo - UNESA
E-mail: oliveirapsi@gmail.comCurrículo Lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4247147T6

INDISCIPLINA ESCOLAR: SABERES E FAZERES PEDAGÓGICOS

Indisciplina Escolar

Ser professor nunca foi uma tarefa simples. Hoje, porém, novos elementos vieram tornar o trabalho docente ainda mais difícil. A disciplina parece ter se tornado particularmente problemática. Analisar as causas do problema é preocupação sobre a qual, hoje, se debruçam todos os que estão envolvidos com educação e que desejam uma escola de qualidade. Baseando-se no estudo de alguns
pesquisadores como Júlio Groppa Aquino, Tânea Zaguri, Paulo Freire e Daryl Siedentop, entre outros e dos teóricos Jean Pyaget e Levi Vigostsk,, foi possível compreender algumas das ações comportamentais típicas de indisciplina que se fazem presentes no cotidiano escolar, dando mais que motivos para realização de um estudo como este aqui tratado, no intuito de não só conhecer mais sobre o assunto, mas também guiar e ajudar profissionais da área da educação.

Sabe-se que são inúmeros os elementos que concorrem para a atual situação educacional brasileira. Diante dessa realidade, pretende-se abordar neste artigo, as razões que vão desde a influência da família para formação do caráter do sujeito, até os motivos que geram atitudes comportamentais de indisciplina no ambiente escolar, analisando não só suas causas, mas entendendo quais os fatores que contribuem para as dificuldades da aprendizagem, partindo da prática profissional da autora, na qual corpo docente, alunos e família buscam respostas no contexto educacional para o entendimento do porquê de tanta indisciplina nas escolas.

A busca de conclusões sobre esta indagação e no intuito de entender os problemas que cercam o andamento da educação no âmbito escolar, é que se investiga, no contexto deste tema, o problema indisciplinar que tem sido o frequente motivo de tantos desconfortos nas salas de aula, repercutindo não só na escola, mas no ambiente familiar e no meio social envolvente.

Cabe ressaltar que as pessoas que rodeiam o aluno, principalmente as pessoas da família, influem muito no seu comportamento, pois a criança nasce no seio desta, sendo, portanto, os pais os primeiros educadores, onde a extraordinária influência dos que cotidianamente tratam com os alunos reflete em muitos dos atos praticados por eles. Este tema é sem dúvida, demasiado vasto. Em consequência disto, serão tratadas apenas algumas vertentes, não numa perspectiva de meta à chegada de conhecimentos definitivos, mas de ponto de partida para outras abordagens interativas do ato educativo. Como a indisciplina constitui atualmente problemas graves, os quais a escola enfrenta, não podiam deixar de serem referidos os efeitos negativos que ela produz nos docentes, principalmente os de caráter emocional.

Em virtude desta temática, se pode fazer uma reflexão que se inicia com a indisciplina no âmbito educacional, onde a abordagem passa pela prática educativa no contexto escolar e mostra de maneira realista o ambiente familiar e sua influência educativa, sem esquecer do papel do coordenador pedagógico e da importância da sua intervenção na prática dos fazeres e saberes educativos confrontando os conceitos e proporções da disciplina e da indisciplina, explicitando a relação professor-aluno. Vale lembrar que esse estudo tem como proposta básica entender o histórico comportamental dos alunos, conhecendo os tipos de ações comportamentais que geram a indisciplina no contexto escolar, contribuindo para um saber pedagógico, percebendo assim quais fatores que geram a dificuldade da aprendizagem, entendendo que a disciplina é fator primordial para uma aprendizagem plena.

Nesse intuito, pretende-se investigar o tema aqui abordado, para obter subsídios que possam evidenciar a proposta desta discussão, alcançando reflexões e entendimento do porquê da indisciplina na escola e de como o coordenador pedagógico pode atuar e intervir na prática dos saberes e fazeres do docente no contexto escolar.

A INDISCIPLINA NO ÂMBITO EDUCACIONAL

Quando se fala em indisciplina, logo se pensa em mau comportamento e demais atitudes inadequadas que uma pessoa pode ter. É comum relacionar essas, ao ambiente escolar, esquecendo-se que não apenas este espaço, como qualquer ambiente influencia de algum modo o ser humano, proporcionando tanto hábitos e atitudes positivas quanto negativas para formação do caráter de uma criança, adolescente ou adulto.

Esse assunto também nos remete a escola, pois esta deve ser um ambiente que forma e que constrói valores ou ainda que tem por missão desconstruir aspectos que as crianças ou adolescentes trazem em sua formação premissa, as quais são percebidas em seu ingresso à escola, devendo esta mediar e moldar da melhor maneira possível esses aspectos negativos nesta criança, complementando e possibilitando uma nova construção de caráter.

Para que possam ocorrer essas possibilidades em busca de uma nova formação de caráter, é preciso que exista uma sintonia entre escola, família, alunos e professores, tendo em vista que é comum todos estes segmentos se depararem com tais problemas disciplinares no âmbito educacional, precisando não apenas resolver tais problemas, mas principalmente aprender a identificar suas causas. Os motivos circunstanciais das ações indisciplinares tem, uma alta importância para a obtenção de conhecimento desses fatores agentes, devendo-se, principalmente, levar em consideração o ambiente externo, onde ocorre a formação e a educação informal, que tanto influencia e molda esse aluno. Dentro das escolas, costuma-se falar muito em uma pedagogia em que o conhecimento prévio e a realidade de vida da criança são válidos e consideravelmente importantes para construção de novos conhecimentos, no entanto essa bagagem não deve ser de todo modo entendida como inadequada, pois o histórico de vida do aluno diz muito sobre seus aspectos característicos, legitimando de muitas formas a maneira de se portar inadequadamente ou não, na escola.

Adquirem-se mais facilmente os conceitos e as regras, se as circunstâncias específicas de onde são abstraídos estiverem frequente, e não raramente, associadas aos atributos (critérios) de definição ou exemplares dos mesmos, e se os sujeitos possuírem mais, e não menos, informações relevantes sobre a natureza destes atributos (AUSUBEL, 2003).

Face ao exposto, entende-se que associar os critérios de disciplina no âmbito escolar torna-se mais relevante quando o aluno, assim também como o professor, compartilha de interesses em comum rumo a uma educação de qualidade. Sabendo que o objetivo da educação é formar indivíduos autônomos e cooperativos, então, é necessário que esta se desenvolva em um ambiente de participação mutua. E para isso, a escola precisa ser esse ambiente socializador, pois a importância de se ter claro a sua parcela de contribuição na formação moral de seus alunos é primordial. Já o professor tem a função de colaborar para que isso se efetive da merlhor maneira possível, devendo proporcionar experiências pares, com base na cooperação, construindo um ambiente com regras coerentes e justas. Também, deve-se questionar sobre a coerência das regras da própria escola.

O ambiente escolar tem ainda, a função de facilitar o processo de socialização do indivíduo, para assim, cumprir com essa função numa sociedade democrática, contribuindo com uma educação de qualidade, não só no que diz respeito ao seu currículo, mas também no que diz respeito aos valores éticos sociais.

O papel da escola passa a ser mais significativo ainda, uma vez que lida com um saber que muitas vezes precisa ser repensado, reavaliado e reestruturado. Infelizmente, nem sempre ou quase sempre a escola "não tem cumprido o objetivo da educação que desejamos, de cunho democrático, socializando o saber e os meios para aprendê-lo e transformá-lo" (RIOS, 1995, p.32).

Assim sendo, precisa-se repensar a educação atual, averiguando se de fato aqueles que deveriam ser os facilitadores desta integração tem trabalhado ou lecionado nesta perspectiva.

O Estatuto da Criança e do Adolescente trata, em capítulo específico, do direito à educação, estabelecendo seus objetivos, os direitos dos educandos, as obrigações do Estado, dos pais e dos dirigentes dos estabelecimentos de ensino (ECA, Capítulo IV - artigos. 53/ 59). No artigo 2° da Lei 9394/96 - Lei de Diretrizes e Bases da Educação estabelece que a educação visa o preparo para o exercício da cidadania. Em virtude disso,

Cabe a escola a preparação para o exercício da cidadania. E para ser cidadão é necessário conhecimento, memória, respeito pelo espaço coletivo, normas de relações interpessoais e diálogo aberto entre olhares éticos (La Taille, 1996).

Tendo em vista, esta colocação, é relevante dizer que para o exercício desta cidadania, ou das relações entre o coletivo, faz-se necessário uma prática docente que busque integrar em seu processo de ensino-aprendizagem, um olhar não só ético, mas também uma relação interpessoal favorável, devendo não olhar apenas para a indisciplina, mas procurar entender as razões que levaram à prática de tal comportamento, já que se sabe que a indisciplina escolar apresenta-se como o descumprimento de normas, tão impostas pela escola e demais legislações que desejam esta aplicação. Em virtude disso, o processo de aprendizagem sofre variáveis em seu percurso, necessitando da disciplina para que ocorra de forma tranquila e eficaz, transformando essa aprendizagem em algo significativo para o aluno.

As diversas manifestações da indisciplina são o desafio para os educadores em sala de aula e na escola e tem sido a causa de muitos problemas de caráter qualitativo e/ou quantitativo para o processo de ensino-aprendizagem. Segundo (VASCONCELLOS, 1997).

Sem autoridade não se faz educação; o aluno precisa dela, seja para se orientar, seja para poder opor-se (o conflito com a autoridade é normal, especialmente no adolescente), no processo de constituição de sua personalidade. O que se critica é o autoritarismo, que é a negação da verdadeira autoridade, pois se baseia na coisificação, na domesticação do outro (p. 248).

Diante dessas considerações, obedecer às regras não significa submissão ou servidão. O sentido da obediência para a criança ou adolescente terá valor quando aprenderem que viver em sociedade significa construir regras e que disciplina é sinônimo de autocontrole. Nessa vertente, é pertinente entender que o problema da indisciplina está ligado a uma série de outras questões e não devemos esquecer que ela é apenas mais um aspecto da educação escolar e que todos os envolvidos no processo de educação de uma criança tem o dever de transpor estes princípios.

Diante da atuação da autora no contexto escolar como coordenadora pedagógica, foi possível perceber a presença de indisciplina escolar no percurso de sua prática, a qual idealizou um projeto de caráter interdisciplinar, transdisciplinar e multidisciplinar sobre o tema aqui abordado para coleta de dados substancias que justificassem seu estudo e sua intervenção nas ações comportamentais de má conduta e na averiguação dos fatores agentes para os problemas de aprendizagem na escola. Esta pesquisa foi feita com alunos e professores da instituição de ensino e a essa inicialmente tem como vertente o seguinte questionamento.

Como se pode constatar, a presença da indisciplina no contexto escolar se faz presente majoritariamente e isto faz entender que os esforços para mudar este quadro são urgentes.

A escola e os professores, na medida em que cumprem os seus papéis, têm uma tarefa importante na transformação e mudança dos alunos de modo que, nem escola e nem professores, permaneçam indiferentes perante a situação de indisciplina dos alunos. Algo deve ser feito pela escola e pelos professores para contornarem a situação: a escola deve, sobretudo, criar condições materiais, humanas e ambientais no sentido de proporcionar um clima de convivência agradável entre os alunos (NUNES, 2006).

Conforme ressaltado, vale lembrar que a indisciplina precisa ser pensada na articulação e organização do PPP- Projeto Político Pedagógico, como também no Regimento Escolar, onde se traçam metas e vertentes para tratar deste problema no espaço educativo formal. De acordo com o pensamento de COSTA, o projeto educativo assume-se como um,

Documento de carácter pedagógico que, elaborado com a participação da comunidade educativa, estabelece a identidade própria de cada escola através da adequação do quadro legal em vigor à sua situação concreta, apresenta o modo geral de organização e os objetivos pretendidos pela instituição e, enquanto instrumento de gestão, é o ponto de referência orientador na coerência e unidade da ação educativa (1991, p. 10).

Por isso, a escola deve ter essas metas traçadas e apresentadas de maneira considerável para que todos que fazem parte do contexto escolar entendam as normas de conduta da instituição e que os sujeitos deste hemisfério educativo, possam ser conscientizados dessas vertentes normativas.

A PRÁTICA EDUCATIVA NO CONTEXTO ESCOLAR

Sabe-se que a escola é uma importante instituição humana, cuja função é de preparar o indivíduo para viver na sociedade. É por meio da escola que são transmitidos valores culturais, morais e sociais, sendo desta, o dever de informar ao indivíduo o pleno conhecimento das regras que a regem. Já à escola cabe levar o aluno a um tipo de disciplina de transformação que o levará à apreensão de saberes. Saberes estes que formarão um cidadão comprometido com o bem estar da coletividade. Para Durkheim, a educação não é mais do que um fato social, isto é, em resultado da educação produzem-se seres sociais. Nesta linha de pensamento o sociólogo acredita que,

A educação é a ação exercida pelas gerações adultas sobre as que ainda não estão amadurecidas para a vida social. Tem por objetivo suscitar na criança um certo número de estádios físicos, intelectuais e morais que dela reclamam quer a sociedade política no seu conjunto, quer o meio social ao qual se destina(1984, p. 28).

Aos poucos, a criança/adolescente deixa de imitar os adultos e passa a absorver valores transmitidos pela escola, aumentando assim a sua autonomia frente ao seu grupo social. Apesar da escola ser um lugar importante para se conviver e adquirir novos saberes, ela não é a única responsável pela educação e formação moral e ética social de uma criança, adolescente ou adulto, mas é sim um complemento indispensável para formação deste, devendo auxiliar a família nesse processo de educar e aprender. A LDB- Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em sua Lei n° 9.394/96 inicia afirmando que a educação abrange os processos formativos que se desenvolvem em vários lugares, um dos quais é a escola, como mostra em seu Art.1º.

A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais.

No entanto, para que essas razões se apliquem como mostra a LDB, é necessário que os responsáveis por essa educação formativa entendam e apliquem com eficácia esses saberes, proporcionando aos seus agentes resultados favoráveis a esta aplicabilidade.

Fazendo ainda uma ponte entre a escola e a prática educativa, constata-se que, para o professor conseguir transmitir/ensinar a matéria de estudo ou valores formativos, da melhor forma possível, ao aluno, é preciso que existam meios propícios ao processo de ensino-aprendizagem, não que isso vá garantir a eficácia deste aprender, mas na certeza de que esses aspectos vão colaborar para a absorção positiva do processo.

Vale lembrar que entre educador e educandos não há mais uma relação de verticalidade, em que um é o sujeito e o outro objeto, pois agora a pedagogia é dialógica e ambos são sujeitos do ato cognoscente, ou seja, agentes do aprender ensinando e o ensinar aprendendo e por esta razão, a busca por estratégias e caminhos que mantenham a indisciplina em níveis democraticamente aceitáveis dentro da escola, devem ser pensadas ou repensadas para que sua impertinência não se torne mais importante do que a aprendizagem significativa dentro da escola.

A escola de hoje sofre muitas transformações, desde seu aspecto físico até sua transformação de valores, visto que a escola tem como função mediar conhecimentos, acaba assumindo o papel de protetora do indivíduo contra a sociedade e o meio que influencia e cerca os mesmos.
Sabe-se que todo ser humano tem suas crenças, e com base nelas, seus pensamentos e sentimentos que culminam nas atitudes. É nesse contexto que a escola foi pensada, para que através dela, desenvolva-se nas crianças a crença numa sociedade mais humana e justa, sem preconceitos, em que os cidadãos atuem compromissados com o bem comum, pois se acredita que a escola tornaria-se vazia e ineficiente caso omitisse de resgatar certos valores "adormecidos" na consciência humana. Por esse motivo, torna-se essencial refletir o mundo atual, fortalecer e renovar as "crenças", inserindo no processo educacional valores que possibilitem a formação integral de nossos alunos.

Não se pode esquecer que quando os alunos chegam ao âmbito escolar, eles já possuem uma história de vida, recebem frequentemente influências fora da escola, apresentam um comportamento individual, social e uma vivência sociocultural específica ao ambiente de origem de cada um deles. Todas essas características individuais dos alunos integram elementos básicos que auxiliam ou que pelo menos deveriam auxiliar na formação do currículo escolar.

Além dos aspectos já mencionados, acredita-se que este importante espaço tem tarefa básica no processo de socialização das crianças, com o objetivo de enquadrá-las ou ajustá-las às estruturas da sociedade contemporânea. Neste sentido, acredita-se que as relações sociais, as trocas de experiência, o cotidiano, formam um conjunto de fatores que garantem a construção de uma instituição de ensino que busca integrar a vida escolar à vida social. Em contrapartida tem-se que a perfeita observação de todos esses elementos direciona à verdadeira práxis docente, ou seja, a articulação entre a teoria e a prática em sala de aula. Construir valores na sala de aula requer profissionalismo e competência por parte dos professores quanto à utilização de uma importante ferramenta pedagógica: a vivência sociocultural dessas crianças.

Quando os professores de uma unidade escolar sentam-se com seus alunos e desconstroem e sabem reconstruir a plenitude da significação e dos tipos de disciplina, não apenas a aula corre mais facilmente e a aprendizagem se concretiza de maneira mais saborosa como estudantes e mestres descobrem que, reconhecendo a disciplina como ferramenta essencial às relações interpessoais, aprendem autonomia, exercitam a firmeza e conseguem, com mais dignidade, construir o caráter (ANTUNES, 2005).

Dessa forma, o professor deve considerar no exercício de sua função o aluno como sujeito de múltiplas relações, que por estar em processo de formação, deve ser considerado em sua totalidade. Assim, deve assegurar ao educando uma formação crítica, capaz de levá-lo a refletir sobre temáticas cotidianas e interferir positivamente em seu meio e, sobretudo, em sua vida para transformá-la.

É notório que as construções e desconstruções de saberes diversos de alunos e professores devem se perpetuar ao longo desta etapa de ensino-aprendizagem e que esse momento depende do querer e da importância que ambos dão a este processo.

Percebe-se que durante o processo de ensino-aprendizagem muitas ações comportamentais ocorrem a favor ou não, para o benefício intelectual dos alunos e é nesse momento que as reclamações dos professores ganham maior repercussão, pois as mesmas se referem à prática de sua função no dia a dia, sendo que as mais constantes dizem respeito à indisciplina de seus alunos e por esse motivo chegam muitas vezes a achar que seu trabalho está sendo inviabilizado pelo mesmo motivo.

Essa questão não é nova nas salas de aula de nossas escolas, porém vem ganhado dimensão pelos inúmeros problemas que vêm agregados aos atos indisciplinares. Por esse mesmo motivo, muitos professores têm desencadeado problemas emocionais como o estresse contínuo em sua função, tamanha sua dificuldade de conviver, administrar, resolver e criar alternativas de intervenção que possam ajudá-lo a contornar situações indisciplinares. Cabe frisar que, na maioria das vezes, os professores optam por encaminhar os alunos indisciplinados à coordenação pedagógica para que se possam ser aplicadas punições ou algum tipo de medida repressiva pela atitude infligida pelos mesmos. Existe também uma expectativa dos docentes quanto à atitude do coordenador pedagógico sobre as praticas desse aluno, esperando mais rigor no exercício de sua função, como se isso fosse a resolução do problema, não sabendo que ações autoritárias e repressivas não ajudam esse aluno a refletir e repensar seu comportamento, mas sim estreita sua condição de se perceber quanto ser agente e determinante para formação de seu próprio caráter, acentuando ainda mais o seu comportamento indesejado.

O coordenador pode ser um dos agentes de mudança das práticas dos professores mediante as articulações externas que realiza entre estes, num movimento de interações permeadas por valores, convicções , atitudes; e por meio de suas articulações internas, que sua ação desencadeia nos professores, ao mobilizar suas dimensões políticas , humano-interacionais e técnicas, reveladas em sua prática (ALMEIDA. 2001).

Para isso, faz-se necessário que a autonomia para resolução desta prática e destes conflitos no âmbito educacional sejam favoráveis e determinantes para o encaminhamento das questões de indisciplina do que, ao contrário, tornando os laços e as relações entre alunos e professores mais estreitas e eficazes, fazendo o próprio aluno perceber que pode contar com o professor como aliado e não como o algoz em seu processo de formação.Por isso, falar da prática educativa no ambiente escolar pode parecer muitas vezes simplório, levando em consideração a formação dos docentes e da equipe pedagógica, porém vai muito mais além da pura capacitação de sua área específica e sim a real condição e competência de conhecer e constatar os fatores e aspectos que estão desencadeando problemas de indisciplina na escola.

Esses fatores podem ser desde o real entendimento e diferenciação do conceito disciplinar ou indisciplinar que os docentes têm a respeito deste assunto; a relação professor-aluno, que muitas vezes se perde em sua essência, o próprio conhecimento destes professores sobre infância e adolescência e suas fases de desenvolvimento; a importância da estrutura familiar, que possui fatores específicos de cada vivência, as quais contribuem para as dificuldades de aprendizagem e por fim os tipos de ações comportamentais, que são específicas nos atos de indisciplina na escola.

Para tanto, é necessário que o professor evidencie a interação de diferentes tipos de pessoas e que dentro da sala de aula esses indivíduos discordam entre si, mudem de opinião, e possuam tempo próprio de aprendizagem. É preciso levar o professor a entender que se faz necessário se equipar de um ensino individualizado dentro da sala de aula.

No decorrer da docência, o professor precisa também entender o ensino como um desafio que ele precisa superar. Sua prática educacional molda-se dentro do que exige a educação. A atividade docente deve ser pensada e analisada para que o professor auxilie na transformação da instituição e de suas tradições.

A busca pelo aperfeiçoamento da prática educativa é essencial para a conquista do aprimoramento do docente. Para isto, o professor, na procura de sua realização profissional, precisa utilizar-se da pesquisa, e assim fazer as mudanças necessárias à prática educacional. Avaliando-se, ele beneficiará a si e aos alunos e proporcionará mais qualidade à sua didática, estreitando o espaço entre os atos indisciplinares.

Para elucidar este subcapítulo, aponta-se a seguir índices que contribuem para a indisciplina no cotidiano escolar e que foram percebidos na prática profissional da autora, onde os mesmos proporcionam situações divergentes no processo de ensino-aprendizagem no âmbito educacional, onde para a aquisição destes dados, foi proposto um formulário indagativo para coleta de informações pertinentes aos problemas que vêm afligindo as relações em sala de aula. O formulário indagativo teve por objetivo levar os alunos a uma reflexão crítica pessoal, oportunizando aos mesmos uma alto avaliação no que diz respeito ao seu comportamento na sala de aula e esse processo foi realizado com os alunos do Ensino Fundamental II e do Ensino Médio, composto por perguntas abertas e fechadas, obtendo-se a participação de 178 alunos.

Dado a relevância dos dados, percebe-se que esses fatores são os mais diagnosticados em sala de aula e que os mesmos promovem as ações comportamentais inoportunas no cotidiano escolar, resultando em muitos desacertos entre alunos e professores. Esses desacertos causam ao aluno percas talvez irreparáveis, no que diz respeito ao seu desenvolvimento intelectual, e ao professor provoca uma perca do domínio em suas aulas e no favorecimento de sua missão, promovendo, na maioria das vezes, a retirada deste aluno da sala de aula, comprometendo ainda mais esse processo de ensino-aprendizagem.

O AMBIENTE FAMILIAR E SUA INFLUÊNCIA EDUCATIVA

Sabemos que as famílias de hoje, não são mais como as de antigamente. Costumes e tradições, bem como alguns valores se perderam com o tempo e nos dias atuais a família, devido a suas novas ocupações, tem se tornado distante de seu compromisso com a escola e com o processo educativo de seus filhos.

A colaboração da família no processo educativo de seu(s) filho(s) é de fundamental importância, sendo esta o alicerce para formação de caráter dos mesmos. Sabe-se que antes da entrada do indivíduo na escola, a família é a principal mediadora para o sucesso escolar desta criança, que por sua vez pode ampliar o seu potencial, facilitando o trabalho mútuo do professor, pois, além de funcionar como agente socializador, ainda é a primeira a passar conteúdos nos quais se desenvolvem padrões de socialização e experiências de vida primária, que vão refletir na vida escolar.

O vínculo entre família e escola tem sido um assunto muito abordado na atualidade, pois, levando-se em consideração que cada uma tem sua importância e seu papel, esse entrosamento tem se tornado obsoleto e muitas vezes ineficiente no sentido de construção de uma educação de qualidade, onde a atuação de ambas as partes tem se promovido de maneira indiferente, já que a escola precisa da parceria da família para desenvolver um trabalho produtivo e edificador em sua perspectiva e a família precisa dar suporte à escola para emancipação de uma educação pertinente e eficaz. A Lei de Diretrizes e Bases Nacionais (LDB) em sua lei 9394/96 do seu Art. 2º, diz:

A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

Com a rotina diária e agitação da vida familiar, esse processo se quebra, levando a família a esquecer que tem seus deveres, atribuindo à escola a responsabilidade de educar, ensinar e formar a criança. O ambiente familiar também é um grande influenciador para formação de caráter e de atuação no desenvolvimento cognitivo e intelectual da criança, já que sendo a importância da ação familiar na tarefa educativa reconhecida pela escola, impõe-se uma íntima colaboração, que deverá significar a ajuda mútua na consecução do ideal educativo que cada vez se torna mais difícil.

Diante disso, também é válido ressaltar que nunca na escola se discutiu tanto quanto hoje assuntos como a falta de limites, o desrespeito na sala de aula e a desmotivação dos alunos. Nunca se observou tantos professores cansados, estressados e, muitas vezes, doentes física e mentalmente.

Nunca os sentimentos de impotência e frustração estiveram tão marcadamente presentes na vida escolar. Para ESTEVE(1999, p.13), toda essa situação tem relação com uma acelerada mudança no contexto social. Segundo ele:

Nosso sistema educacional, rapidamente massificado nas últimas décadas, ainda não dispõe de uma capacidade de reação para atender às novas demandas sociais. Quando consegue atender a uma exigência reivindicada imperativamente pela sociedade, o faz com tanta lentidão que, então, as demandas sociais já são outras.

Considerando todos esses fatores, percebe-se que esses são ocasionados por meio da indisciplina que tem se perpetuado no cotidiano escolar e que esses conflitos acabam agravando-se quando a escola tenta intervir. Ocorre que muitos pais, por todos os problemas já citados, delegam responsabilidades à escola, mas não aceitam com tranquilidade quando essa mesma escola exerce o papel que deveria ser deles. Em outras palavras

[...] os pais que não têm condições emocionais de suportar a sua parcela de responsabilidade, ou culpa, pelo mau rendimento escolar, ou algum transtorno de conduta do filho, farão de tudo, para encontrar argumentos e pinçar fatos, a fim de imputar aos professores que reprovaram o aluno, ou à escola como um todo, a total responsabilidade pelo fracasso do filho (ZIMERMAN apud BOSSOLS, 2003: 14).

Portanto, cabe à família se conscientizar do seu papel formador e indispensável na vida de seus filhos e compreender que a escola não pode ser a única responsável pela formação deste indivíduo, embora caiba à escola orientar tanto o aluno quanto à sua família, tornando a comunicação entre professores, alunos e família um momento mediado e sobretudo estreito, para que possam existir parcerias e para que nenhum dos lados se sinta sobrecarregado no processo formativo deste indivíduo. A esse respeito, é importante deixar claro também que a maioria dos fatores de influência sobre a aprendizagem da criança ou do adolescente são provenientes do ambiente familiar e que os fenômenos basicamente multidimensionais, ou seja, que tem múltiplas dimensões e que concerne a níveis ou campos variados de influencia também não podem ser entendidos como únicos e exclusivos para a ação negativa do desempenho dos alunos.

Em função da família e de como o ambiente familiar pode causar influências positivas quanto negativas na formação de caráter da criança ou do adolescente, é que a autora em sua prática pedagógica e no seu campo de atuação pôde perceber que os fatores que provavelmente ocasionam todos os aspectos negativos neste ambiente parte inicialmente pela falta dos pais sofrida pelos filhos, pois nos dias atuais essa lacuna é notória nas famílias brasileiras, mas nem por isso a educação deve ser posta de lado.

Percebe-se também que o que tem atrapalhado bastante os filhos/alunos no âmbito educacional formal e contribuído para a indisciplina é a tentativa de os pais compensarem sua ausência através de preocupações exageradas para atender aos desejo mais inadequados, compensando sua ausência de maneira errada. É bem verdade que tais compensações distorcem a educação e sendo assim, o comportamento inadequado se acentua com maior evidência, fazendo os pais muitas das vezes aceitar dos filhos o que jamais aceitariam de qualquer outra pessoa, perdendo deste modo a autoridade educativa sobre estes, o que gera a indisciplina em casa, na rua e na escola, prejudicando sua formação.

É oportuno frisar, que esta criança ou adolescente no ambiente escolar será propenso a desencadear ações comportamentais de caráter indisciplinar, pois não está acostumado a seguir regras, ouvir nãos ou ter limites e isto torna o ambiente escolar propício a ser um lugar chato, passando a escola a lugar de algoz no desenvolvimento educativo e formativo deste aluno, se tornando um lugar “adequado” (na visão do aluno) para burlar regras, regidos pelo saciar de seus desejos, passando a serem tão indisciplinados quanto forem suas vontades. Segundo Içami Tiba(2008, p. 35) “Os filhos deveriam, desde já, praticar em casa o que terão que fazer na sociedade. Esta é a verdadeira educação, tendo como uma das suas bases a disciplina”. Fica claro então que, os pais são os principais agente na formação de seus filhos, influenciando e muito a vida dos mesmos, tornando-se a escola uma colaboradora neste processo formativo.

O PAPEL DO COORDENADOR PEDAGÓGICO

A sociedade vem passando por diversas transformações que vão desde seu caráter formativo aos de ordem econômica, política, social e ideológica. A escola, por sua vez, sofre com essas transformações e é dever desta se adequar e se desenvolver em quanto instituição de ensino; incluir práticas pedagógicas que possam se integrar dentro desse novo contexto social a fim de conseguir enfrentar os desafios que comprometem a sua ação frente às exigências que surgem.

Em razão disso, os profissionais que nela trabalham, precisam entender que seus alunos necessitam ter uma formação mais direcionada, e cabe a estes profissionais promover o desenvolvimento das habilidades e competências desses sujeitos. Para tanto, faz-se necessária a presença de um coordenador pedagógico, o qual precisa estar consciente de seu papel, da importância de sua formação continuada e de todos que fazem parte do ambiente escolar. A função da coordenação pedagógica é o suporte que gerencia, coordena e supervisiona todas as atividades relacionadas com o processo de ensino e aprendizagem, visando sempre a permanência do aluno com sucesso.

Em consequência disso, a missão do Coordenador pedagógico é dar um sentido positivo, consciente e preciso à ação da escola, para que esta cumpra realmente suas finalidades, promovendo com sentido seus esforços e empenhos pedagógicos, no intuito de instigar, ampliar e desenvolver aspectos qualitativos e quantitativos em seus sujeitos. Segundo (VIEIRA, 2003)

Para o coordenador pedagógico, o principal objetivo de sua função é garantir um processo de ensino-aprendizagem saudável e bem-sucedido para os alunos do curso em que atua. Para tanto, ele desempenha várias tarefas no seu cotidiano: tarefas burocráticas, atendimento a alunos e pais, cuidado e planejamento de todo o processo educativo do curso... emergências e imprevistos e, principalmente, a formação em serviço dos professores com os quais trabalha. (p.83).

Como colocou Vieira, a ação do coordenador pedagógico nos faz compreender que sua responsabilidade é ampla e que a variedade de pessoas com que esse profissional lida diariamente em sua prática é diversificada, pois há uma gama de personalidades e interesses diversificados. Esse profissional deverá atender e superar qualquer obstáculo, para mediar situações as quais é de cunho pedagógico e que o mesmo precisa resolver.

Todavia, é importante ressaltar que apesar das responsabilidades que são atribuídas ao coordenador pedagógico, este ainda sim, não é o único mediador responsável pelo sucesso escolar e formador do aluno, é preciso que o corpo docente, família, diretor, alunos e comunidade, estejam engajados em um objetivo em comum, para que o sucesso se dê simultaneamente. Para ORSOLON (2000) O coordenador é apenas um dos atores que compõem o coletivo da escola. Para coordenar, direcionando suas ações para a transformação, precisa estar consciente de que seu trabalho não se dá isoladamente.

Então, é nesse contexto de coletividade que se dá a construção de um projeto transformador. Cada um com sua dedicação e contribuição para atingir o que se deseja na instituição, necessitando que estejam ali com uma única intenção: buscar sempre o melhor para a formação educacional dos seus alunos através de suas contribuições dentro da escola.

INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA

Gerir a escola do século XXI não é uma tarefa para qualquer gestor. Nos dias atuais se rediscutem em meio ao contexto educacional o espaço formal, o tempo, a didática, o sujeito e os conteúdos de aprendizagem, portanto a figura do coordenador pedagógico se destaca como articuladora e representante dessa nova forma de pensar a educação. Diante da realidade e da prática docente da autora, é relevante compartilhar neste capítulo alguns pontos que foram observados em sua experiência profissional.

A intervenção pedagógica no contexto escolar se faz necessária e atuante no âmbito educativo, por neste existir conflitos nas relações professor-aluno, aluno-aluno, família-professor, onde a mediação destes problemas se faz urgente. As cobranças dos docentes para com a escola são constantes, porém, essas cobranças não são de premissa básica sobre a aprendizagem e nem sobre os fatores negativos de cognição, mas sim, de caráter comportamental, sendo as implicações que permeiam a indisciplina em sala de aula de caráter atitudinais dos sujeitos, onde a resposta esperada pelo professor é que uma medida punitiva seja aplicada ao aluno.

O fato é, que realmente por algumas vezes atitudes mais incisivas precisam ser tomadas com relação ao tipo de ação comportamental indisciplinar que o aluno venha apresentar em sala de aula, entretanto, é importante e necessário que o coordenador investigue as razões que causaram determinadas atitudes e que este possa confrontar de maneira sábia os conflitos e razões que estejam interferindo no processo de ensino-aprendizagem, bem como, o envolvimento e compreensão da relação do professor-aluno, no intuito de desconstruir ideias impertinentes a este processo e possibilitar uma nova visão do problema, para garantir assim, um efeito positivo neste processo de nova construção de valores e autoconhecimento, tanto para a visão reflexiva do aluno, quanto para a do professor.

Por esses motivos divergentes que assolam o cotidiano escolar, é que se faz importante a intervenção do coordenador pedagógico, não só para mediar as situações de conflito, mas para investigar as razões que traduzem os comportamentos indisciplinares, entendendo de onde se originam, bem como essas ações comportamentais influenciam na aprendizagem do aluno. Se o educando apresenta dificuldades em seu processo de aprendizagem, cabe também a esse gestor identificar as causas que tornam esse processo ineficiente, devendo este, promover ações que possam apontar caminhos e alternativas para o sucesso cognitivo e intelectual deste aluno.

De forma geral, um dos grandes desafios na função do coordenador pedagógico é sua incessante articulação entre a teoria e a prática, na qual o saber e o fazer reflexivo precisam estar contextualizados, uma vez que a transformação da realidade educacional decorre do confronto entre teoria e prática.

DISCIPLINA X INDISCIPLINA

A questão da Disciplina e da Indisciplina na sala de aula tem sido um assunto preocupante para gestores, professores, em fim, para toda a educação brasileira.

Uma aflição frequente na educação brasileira e portanto uma angústia comum a todos os professores é conceituar indisciplina, perguntando-se o que é Indisciplina? Essa pergunta é preocupante, porque uma pesquisa recente realizada nas Ilhas Britânicas enfatizava que para a maioria dos professores entrevistados a Indisciplina é a conversa, e portanto a conversa do aluno em sala de aula, passava a ser sinônimo de Indisciplina e por via oposta o silêncio acabava por caracterizar a ideia de classe disciplinada. Ora, esta ideia que parece também ser pertinente a muitos professores no Brasil é extremamente preocupante, porque em primeiro lugar, é conversando que se aprende e em segundo lugar, por que a conversa é uma das mais extraordinárias manifestações da inteligência humana. A melhor ideia que se possa fazer de Indisciplina é acreditar que a mesma exista quando a ação do aluno impede a escola de realizar os objetivos cruciais da sua existência, tornando assim a missão da escola ineficiente e improdutiva.

Pensar em indisciplina ou em disciplina nos remete a pensar em comportamento ou em ações comportamentais que caracterizam um ato disciplinar ou indisciplinar. Dentro de uma visão de desenvolvimento moral, podemos entender que essa problemática de caráter externo, na verdade para transparecerem, precisam de relações interindividuais favoráveis para desenvolver a disciplina ou a indisciplina que está interna na criança ou no adolescente. De acordo com a visão Piagetiana, para que ambas ocorram, é preciso que exista a interação do indivíduo com o ambiente para que possa ser construída e evoluída de dentro do próprio sujeito, necessitando assim da influencia de outros seres agentes. Vale lembrar que o entendimento deste conceito está ligado com as fases do desenvolvimento moral da criança (desenvolvimento de anomia, heteronomia e autonomia). De acordo com PIAGET (1999,p.3), “para que as realidades morais se constituam é necessário uma disciplina normativa, e para que essa disciplina se constitua é necessário que os indivíduos estabeleçam relações uns com os outros”.

Diante desta afirmação, deve-se entender que mais do que investigar os motivos da indisciplina, deve-se averiguar as relações afetivas, emocionais e psicológicas, para daí estabelecer limites que possam ser assegurados a partir da intervenção de todos que rodeiam esse aluno e que possam ser entendidos pelos mesmos, pois, disciplina não se impõe, se conquista, não com autoritarismo, mas com autoridade. De La Tailleafirma que,

Se os adultos não desempenham essa função de autoridade, para Freud, não inspirarão medo, para Durkheim, não desenvolverão, na criança, o espírito de disciplina e, para Piaget, não desencadearão nela o surgimento do sentimento do respeito moral (1998, p. 92).

Fica evidenciado que a reflexão crítica pessoal é o que gera a consciência de valores morais éticos, que conduzem o sujeito aos bons modos e que os mesmos não serão influenciados por nenhum ambiente, se estes tiverem a compromisso consigo. A possibilidade do professor fazer com que os alunos formem o seu caráter através do treino mental, exigindo que o aluno vença a si mesmo com consciência, exige que do mediador exponha o conjunto de leis, normas e padrões de comportamentos que visam ser deferidos, formando um conjunto de valores atribuídos para quem se adequa ou escapa aos padrões estabelecidos, tornando os problemas que ocorrem na sala de aula não mais os que perturbam o andamento da sala ou da aula, mas sim, os que não mais se caracterizam como ações indisciplinares.

Essa reflexão, nos leva a possuir saberes pertinentes a este respeito, entendendo ainda que o processo de aprendizagem se caracteriza como eficiente quando a indisciplina está fora do caminho do conhecimento cultural e cognitivo do aluno, sendo a disciplina uma condição necessária para a produção da aprendizagem.

A RELAÇÃO PROFESSOR – ALUNO

A relação professor-aluno é fundamental em todos os níveis e modalidades de ensino. Através dela o aluno pode ser motivado a construir seu conhecimento. A relação educador-educando não deve ser uma relação de imposição, mas sim uma relação de cooperação, de respeito e de crescimento. O aluno deve ser considerado como um sujeito interativo e ativo no seu processo de construção de conhecimento. Assumindo o educador um papel fundamental nesse processo, como um indivíduo mais experiente. Por essa razão cabe ao professor considerar também o que o aluno já sabe, isto é, sua bagagem cultural e intelectual, para a construção da aprendizagem.Além disso, essa estratégia define um ponto de partida para o ensino e para a sequência de atividades. Como afirma o psicólogo da aprendizagem David Ausubel(2003) que diz que o fator mais importante que influencia o aprendizado é o que o aprendiz já sabe.

Em vista de este parecer, o professor e os gestores formam um conjunto de mediadores da cultura que possibilita progressos no desenvolvimento do indivíduo. Nessa perspectiva, não cabe analisar somente a relação professor-aluno, mas também a relação aluno-aluno. Para Vygotsky(2001), a construção do conhecimento se dará coletivamente, portanto, sem ignorar a ação intrapsíquica do sujeito.

Uma das mais frequentes incompatibilidades nas relações entre o educando e o educador são os comportamentos de conduta, apresentados em sala de aula, pois estes geram muitas vezes a retirada do aluno da sala pelo professor e esta atitude provoca desconforto entre ambos, porém cada um com suas razões. O aluno se sente acuado ou envergonhado por ter que se retirar da presença dos colegas e do professor sem poder se explicar, e o professor que na sua falta de paciência, não se dá a oportunidade de ouvir as explicações deste aluno. Todo esse desconforto gera uma distância nas relações, causando uma visão negativa e uma formação de opinião errada entre ambos.

Para que a indisciplina não brote quase por geração espontânea, é útil que o professor tenha bem presente a importância dos aspectos relacionais com os seus alunos.

Pela sua conduta, o professor deve ser um exemplo, para que possa exercer, sem autoritarismo, a sua função educativa. Deve proporcionar, na sala de aula, um clima de participação e de respeito, sem esquecer que o aluno é um indivíduo com direito a ter dúvidas, a ter dificuldades, a ter opiniões, a colaborar e a ser criança (PIRES, 2002, p. 71).

Se o professor valorizar apenas a sua função de instrutor, é mais provável que os conflitos disciplinares apareçam. Para evitar tal situação, a ação da escola deverá centrar-se na prevenção da indisciplina e não na forma de controlá-la.

HISTÓRICO COMPORTAMENTAL

Na pequena unidade social que é a sala de aula, educando e educador encontram-se ligados por uma relação particular e extremamente complexa. Entre ambos se estabelece um panorama comportamental, onde se espera determinados comportamentos. Falar de comportamento é falar da leitura que cada pessoa faz de determinada situação, de aspectos comportamentais individuais, muitos deles ligados à aprendizagem, efetuada ou não e das normas e regras de convivência em sociedade.

A tarefa de avaliar e julgar os comportamentos dos alunos é extremamente complexa, pois classificar e determinar comportamento e defini-lo como indisciplinado é ofício delicado, verificando-se muitas vezes atuações e leituras diversas dos professores, em relação ao mesmo ato. Sob a visão da autora deste artigo, é inadequado associar esses fenômenos de indisciplina a comportamentos que fogem aos parâmetros do “normal”, e são classificados como indisciplinados.

As ações comportamentais tratadas a seguir bem como sua relevância para o assunto abordado tem seus conceitos baseados no estudo dos teóricos outrora já citados que abordam estudos comportamentais e aspectos de distúrbios de aprendizagem.

Estes termos vem acrescentar o entendimento sobre os tipos de ações comportamentais que existem no espaço escolar, como: comportamento de Entusiasmo, comportamento de Implicação, comportamento de Inconsistência, comportamento de Passividade, comportamento Desviante, comportamento Disruptivo e comportamento Perturbador. Acredita-se que a tomada de entendimento sobre estes procedimentos comportamentais em sua ampla aplicabilidade de conhecimento são favoráveis para a condução de problemas indisciplinares na escola, caso estes forem conhecidos e entendidos de maneira madura por todos que compõem a escola.

TIPOS DE AÇÕES COMPORTAMENTAIS

Vejamos em seguida os tipos de ações comportamentais que podem ser detectadas através de atitudes específicas que traduzem a forma e a qualidade do ato indisciplinar.

Comportamento de Entusiasmo:

É aquele em que o aluno possui um conjunto de ações comportamentais que conduzem uma demonstração de prazer em organizar e realizar as atividades em sala de aula durante o processo de ensino-aprendizagem.

Comportamento de Implicação:

Caracteriza-se pelo estado em que o aluno se encontra em um determinado processo, podendo ser positivo ou não, proporcionando uma espécie de conformidade durante o desenvolvimento do ensino-aprendizagem, obtendo um comportamento que não atrapalha o andamento da aula e garante aos colegas e professores o bom andamento do processo educativo.

Comportamento de Inconsistência:

Apresenta instabilidade em sua ação comportamental, desencadeando incoerências atitudinais e inconstantes, onde as interrupções ou suspensões durante as atividades escolares são contínuas, interrompendo o processo de ensino-aprendizagem.

Comportamento de Passividade:

O aluno não se mostra atuante, nem reage as ações que sofre ou recebe do processo de ensino-aprendizagem, não incomoda a dinâmica da aula, porém necessita da advertência constante do professor para se atentar ao processo educativo, demonstrando uma continuidade comportamental apática.

Comportamento Desviança:

É detectado por meio de demonstrações atitudinais que desencadeiam um alto desconforto aos que compartilham do mesmo espaço que o indivíduo, apresentando ações que parecem aos outros inapropriadas e que tem caráter contrário as regras que vigoram no momento.

Comportamento Disruptível:

Esse comportamento transgride as normas escolares, prejudicando a aprendizagem e seu relacionamento com os outros, rompendo o caráter qualitativo do desenvolvimento intelectual, fazendo parte dessas ações típicas desse tipo de comportamento o vandalismo, faltar às aulas, desobediência, irritação, ameaças ou violência física, uso de linguagem imprópria, tagarelice, algazarra, alcoolismo/drogas, desinteresse entre outros.

Comportamento Perturbador:

Especifica-se pelo estado em que o indivíduo se encontra em determinado momento, estabelecendo ações comportamentais de caráter destrutivo, onde sorrateiramente essas ações abalam o desenvolvimento tanto formativo quanto intelectual, porém este tipo de comportamento será propício a ocorrer dependendo do contexto em que se apresentou a aula ou o tipo de aula, o aluno e o professor, influenciando sua aparição.

Portanto, embasada em informações fundamentadas e ainda sob a luz da pesquisa de campo baseada na vivência e da prática profissional da autora na instituição Colégio Caminho do Saber, foi possível colher dados que mostram como esses tipos de ações comportamentais influenciam no processo educativo e formativo do discente, caracterizando a indisciplina no âmbito educacional formal. Pode-se averiguar o resultado desta pesquisa no quadro abaixo, o qual mostra sob a visão do docente, a frequência e a presença de cada comportamento apresentado em sala de aula. Para coleta desses dados foi aplicado um formulário indagativo a 30 professores da instituição de ensino, no qual se especulava o tipo de comportamento que mais se apresenta na sala de aula destes professores.

Como foi demonstrado no gráfico nº 03, “ Ações comportamentais presentes na escola sob a visão da prática Docente”, os dados nos levam a percepção de que o comportamento típico de indisciplina mais comum em sala de aula é o comportamento Perturbador, pois este, como já descrito, pode apresentar-se de acordo com o contexto em que se apresentou a aula ou o tipo de aula, o aluno e o professor, influenciando sua aparição. Esse dado serve de norte para que se repense as práticas pedagógicas e docentes que estão sendo aplicadas na escola e na sala de aula de cada professor, a fim de promover uma reflexão acerca deste agente problematizador que é a indisciplina.

É lícito destacar que falar de indisciplina e detectar atos indisciplinares é realmente muito simples, pois apenas é preciso que o docente se incomode com determinada atitude de conduta que creia ser inapropriada ou que o aluno se negue, rompendo ou burlando normas e regras as quais o educador acredita estarem claras, para, enfim, se denominar como indisciplina. Mas averiguar e entender os reais motivos que causaram estes atos inapropriados é muito mais complexo e difícil quando não existem informações pertinentes para detectar esses atos.

Detectar atos indisciplinares por meio da prática docente é fácil, pois o educador está envolvido com os alunos todo no tempo do processo de ensino-aprendizagem e por esta razão consegue detectar com facilidade as atitudes de indisciplina, porém para se obter uma visão de ambos segmentos, um formulário indagativo também foi proposto para os alunos da escola para coleta desses dados no que diz respeito as atitudes comportamentais dos mesmos.

Para tanto, antes da aplicação desta pesquisa com os alunos, foi pensado em uma ação de intervenção pedagógica pela coordenação da escola, para tratar do assunto de indisciplina por meio de uma roda de discussão aberta e mediada pelo coordenador, que trouxe de maneira lúdica o significado da disciplina e da indisciplina, mostrando e comparando ambos e levando o aluno a uma experiência dinâmica da aprendizagem sobre o assunto de maneira crítico reflexiva, dando sentido ao processo final, que foi a coleta de dados.

FATORES QUE GERAM A DIFICULDADE DA APRENDIZAGEM

De uma perspectiva ampla e abrangente, a respeito da indisciplina, é pertinente pontuar que a indisciplina influencia e muito para as dificuldades de aprendizagens que predominam no espaço educacional, onde a adversidade pode sim, partir do empenho que o ambiente escolar pode causar. É claro que a família e seu meio, acarretam para o aluno uma série de fatores que moldam e causam ações típicas de indisciplina, como já vimos no capítulo 2 deste estudo.

Porém, é importante deixar claro que depois que o aluno está dentro da escola, ele é responsabilidade desta. Essa precisa então estar comprometida com a educação do cidadão, além de se preocupar com os resultados que obterá de seus alunos e se o tipo de aprendizagem que está oferecendo está qualificando e desenvolvendo habilidades e competências dos sujeitos que estão no processo.

Nota-se que os fatores que cooperam para as dificuldades de aprendizagem, partem dos atos indisciplinares como a inquietude dos alunos; a não cooperação com o professor nas aulas; a distração impertinente; as trocas de mensagens e de bilhetinhos em meio a aula; o comportamento violento; a constante ausência da sala para ir ao banheiro ou beber água; as incessantes interrupções das aulas com atitudes agressivas como verbais e físicas; a não aceitação de se trabalhar em grupo; o profundo desinteresse nas aulas; a verbalização inadequada e alta; a gozação aos colegas e professores; os questionamentos impertinentes e inadequados durante a aula e o não acatamento as ordens dos professores.

Além da influencia da família em seu processo de aprendizagem, do ambiente social externo a escola, das relações professor e aluno e da convivência na própria escola, esses são mais alguns fatores que contribuem para a dificuldade da aprendizagem no contexto escolar e que precisa ser pensado como um problema que necessita de uma atenção pedagógica eficiente e oportuna, para que a relevância de suas ações educativas possam produzir efeitos positivos na construção de uma escola melhor para todos que fazem parte do processo de ensino-aprendizagem da criança, adolescente ou do adulto.

A DISCIPLINA COMO FATOR PRIMORDIAL PARA UMA APRENDIZAGEM PLENA

Percebe-se então que este é um tema complexo, pois a disciplina pode variar de acordo com as condições específicas em que ela se encontra. Somente somos levados a entender que a disciplina é um ato complementar, isto é, depende das características do disciplinador e do disciplinando, para que a mesma seja traduzida em boas condutas, porém, diferentes professores podem conseguir diferentes resultados com uma mesma classe, para isso, é preciso repensar práticas e pensamentos antagônicos, para que o assunto seja fluente e compreendido pelo espaço educativo formal, que também deve se responsabilizar pelas ações indisciplinares e de valores éticos sociais perdidos e trazidos pelo/do ambiente externo, para a escola.

A disciplina contribui para a facilitação do processo educativo de seus sujeitos, pois com ela as regras de convivência se tornam mais aplicadas e as ações contraditórias sessam, proporcionando assim, um momento mais favorável para obtenção do saber. Para tanto faz-se preciso que não apenas os alunos, mas também os professores se conscientizem de que a disciplina não é uma norma de conduta apenas para um ou para outro, mas para todos que fazem parte do processo de ensinar e de aprender, tendo o educador que ser o primeiro a dar o exemplo, para tornar suas exigências relevantes e persuasivas.

Através da pesquisa realizada, pôde-se notar que por parte dos docentes é mais eficaz desenvolver suas aulas quando este usa sua voz normal e natural, pois se o professor quer que seus alunos falem em um volume normal e agradável é importante que ele seja o principal exemplo. Falar apenas quando houver silêncio na sala de aula também é outro ponto que contribui para a disciplina e para ajudar na aprendizagem, aguardando que cada aluno reconheça a presença deste professor, sem a necessidade de qualquer apresentação ou manifestação, contribuindo assim para a construção do respeito mútuo. Usar a comunicação não verbal é um ótimo passo para aprendizagem significativa, levando-se em conta que chamar a atenção deste aluno para o que está sendo falado é muito bom, além de pontuar problemas de forma rápida e sábia.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Fazer o balanço do caminho que se percorreu ao longo desse estudo é, antes de tudo, ter consciência que muito ficou por dizer, porém, ao finalizar esta pequena etapa pela temática da indisciplina na escola, pôde-se constatar que atualmente os vários agentes educativos, especialmente a escola, parece viver tempos difíceis. Não porque não seja capaz de continuar a manter, na sua grande maioria, a qualidade dos seus profissionais, mas porque essencialmente tem tomado consciência dos múltiplos planos, em relação aos quais se adivinham grandes transformações, com consequências para as interações no seio da comunidade educativa, em virtude dos novos patamares de socialização escolar.

Ficou evidenciado que as grandes transformações sociais e familiares provocadas pelo processo de democratização no acesso à educação fizeram chegar à escola novos públicos com expectativas bastante diferentes e com uma realidade comportamental bem diversificada. A escola se vê, nos dias atuais, com dificuldades diversas em tratar por igual o que por natureza é desigual e individual. A família, por sua vez, evidencia dificuldades em acompanhar o desenvolvimento escolar de seus filhos, distanciando-se da escola.

Esta situação, acompanhada pela diversidade sociocultural, originou problemas de integração e de motivação escolar que se revestem de fenômenos de indisciplina, colocando um sério entrave ao desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem e afetando o equilíbrio emocional de todos os membros da comunidade educativa.

Em todo o processo educativo formal no âmbito escolar é imprescindível que exista a presença do coordenador pedagógico, para que a mediação rumo à resolução de conflitos comportamentais e de dificuldades de aprendizagem possam ser ministradas, averiguadas e resolvidas por meio de sua mediação, sendo a autoridade uma função vital na questão disciplinar por meio deste profissional. É importante ainda entender que quando existe uma interação entre os indivíduos na sala de aula e estes podem construir um conceito de disciplina que não seja imposto por leis arbitrárias, mas construído por meio da negociação de regras claras e justas, pode-se obter de maneira satisfatória uma boa expectativa em relação ao cumprimento das normas e metas que se deseja alcançar,levando os educandos a desenvolverem autonomia e percepção crítica da realidade, já que uma participação ativa na sociedade pressupõe uma conscientização dos educandos quanto aos seus deveres nesta comunidade.

Por estas razões, pode-se admitir que o decurso da vida escolar implicará a participação em processos, face aos quais, conceitos como os de reinvenção, capacidade decisória, negociação, aprendizagem, diálogo, democratização e talvez muitos outros, começam a preencher-se, convertendo a sua dimensão puramente intelectual em realidade vivida e assumida, tornando-se uma espécie de categorias determinantes do modo de ser e estar na escola de hoje.

Dada a importância desta temática, é lícito compor nessas considerações finais o desconforto que as atitudes comportamentais vem causando na instituição diagnosticada e de como as regras e papeis, bem como as relações entre família, corpo docente e discente se mostram heterogêneas e apontados como os principais fatores daquilo que pode ser referenciado com importância para o aparecimento de indisciplina e estão intrinsecamente ligados à escola e ao professor, em particular.

Assim, com este estudo valida-se a coleta de dados de caráter investigativo, uma vez que o mesmo teve o intuito de entender quais os fatores que levam a indisciplina no contexto escolar, resultando na importância da função do coordenador pedagógico para mediação das situações de conflitos gerados pelos tipos de ações comportamentais neste estudo exploradas.

Recomenda-se que em estudos posteriores se aborde e aprofunde a problemática aqui aproximada, recorrendo a novas metodologias que complementarão as utilizadas aqui. Dada a complexidade deste fenômenos, que envolve fatores políticos, sociais, familiares e educativos, haverá ainda um longo caminho a percorrer no sentido de se tentar perceber um pouco melhor este problema.

Na perspectiva de contribuição qualitativa e com a investigação realizada neste estudo, espera-se ter respondido à questão de partida que problematizou todo este estudo, contribuindo de uma forma positiva e exploratória para o aprofundamento de conhecimentos neste campo das Ciências Sociais.

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Jakeliny Kelly Pinheiro da Fonseca Nascimento
Possui graduação em Pedagogia pela Faculdade Estácio do Rio Grande do Norte, atualmente é estudante de Psicologia pela Universidade Potiguar- UNP e Concorre a bolsa de Mestranda em Educação com ênfase na área de pesquisa de História da Educação, Práticas Sócio Educativas e Usos da Linguagem pela UFRN, é Pós Graduada em Psicopedagogia Clínica e Institucional pelo Instituto Mendes de Ensino Superior. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Indisciplina Escolar: Saberes e Fazeres Pedagógicos, atuando com ações de intervenção, oficinas multi diretivas e projetos voltados na área com docentes e alunos, atua como Coordenadora Pedagógica.