EDUCAÇÃO A DISTANCIA

Ainda enfrentamos certo preconceito com o ensino a distância. Este modelo, também conhecido por sua sigla: EAD, gera alguns movimentos de rejeição como se fosse um novo elemento em nossa maneira de formar conceitos ou trocar conhecimentos.
Provavelmente os mais novos não devem se lembrar do extinto Projeto Minerva, anos 70 e 80, que, pelas ondas do rádio, levava a didática do ensino de primeiro e segundo grau a milhares de brasileiros. Mais recentemente os Telecursos com ensino fundamental e médio prepararam, igualmente, um universo de pessoas para se certificarem em exames semestrais. Quantos trabalhadores, sem possibilidade de frequentar uma sala de aula tradicional, conseguiram alcançar um nível melhor de emprego e salário graças a este meio de contato com o saber?
Não precisamos ser tão modestos ao falar de ensino a distância por que, até onde sei, além do ensino a distância física existe o ensino a distância no tempo e, com a aprovação de todos, ocorre de forma cotidiana em nossas vidas, pois, toda vez que pegamos um livro para ler pode ser que o autor já esteja morto a muitos anos. Isto também é, de forma bem simples, um formato EAD, só que além da barreira da vida. Platão ainda tem muito a nos dizer!
Grandes percursos a percorrer nas grandes cidades, o estresse do dia de trabalho, falta de tempo para família, apenas alguns impeditivos que vêm a mente das pessoas quando pensam em continuar seus estudos. Internet rápida, computadores mais baratos e investimento mais baixo em uma pós ou graduação EAD são os estímulos de um lado da moeda, do outro podemos elencar fatores como: baixo custo de sala de aula, energia elétrica, mobília, número de funcionários para manter uma estrutura física e, a maior vantagem para o empresário do saber, um número maior de alunos por classe.
Tudo indica para uma vitória certa do ensino a distância e, aqueles que não estiverem preparados, com certeza, vão perder o bonde da história. Já podemos perceber algumas instituições de ensino sentido no bolso a entrada do EAD em graduações antes inquestionáveis de saírem porta afora. Esta é a grande mudança em um ambiente onde nada ocorreu nos últimos dois mil anos: a sala de aula.
Claro que sair da rotina sempre dói e, pode ser muito difícil para uma estrutura antiga adotar novas posturas. Este medo de enfrentar alterações significativas nada mais é que comodismo e preguiça, dois fatores capazes de destruir qualquer empreendimento financeiro. Uma desculpa razoável seria acusar a falta de estrutura tecnológica, mas isso está sendo vencido a cada ano com a evolução dos produtos e os jovens que buscam conhecimento pois eles parecem já vir, do útero, com softwares integrados a personalidade pois não temem inovações.
Desta forma os que não conseguirem surfar nesta onda de ensino a distância irão perecer rapidamente e, a aceitação dos profissionais gerados por este modelo, no mercado de trabalho, será natural, pois todos os dias surgem novas graduações EAD em todo mundo. Cursos livres, de formação e pósgraduações já podem ser encontrados no ambiente virtual em todos os formatos possíveis. Nada diferente daqueles antigos cursos por correspondência – lembra? – pois é, caso você queira saber como estão, basta fazer uma busca pelo nome no Google, todos agora, acredite, funcionam pela internet.
João Oliveira - Psicólogo Clínico. Mestre em Cognição e Linguagem,  pela Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF) / RJ . Pós-graduado em Hipnose Clínica e Organizacional: uma técnica prática na construção da saúde - SPEI / IBHA - Rio de Janeiro. Pós-graduado em Psicologia Humanista Existencial - UNESA.Pós-graduado em Cultura, Comunicação e Linguagem -FAFIC. Graduado em Psicologia – Formação de Psicólogo - UNESA
E-mail: oliveirapsi@gmail.com 
Currículo Lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4247147T6

DESENVOLVIMENTOS DOS BEBÊS DE 1 A 10 MESES

De 1 a 6 Meses
Desde o nascimento os bebês estão aptos à aquisição da linguagem oral. Portanto, é importante conversar bastante com eles transmitindo carinho e segurança. É interessante emitir sons variados estimulando-o a virar a cabecinha ou acompanhar com os olhos.
No 2º mês de vida o bebê já sorri de verdade, seus sentidos estão mais aguçados e iniciam as habilidades sociais. Nesta fase o bebê gosta muito de ser tocado e acarinhado. Portanto, uma boa opção é a massagem com o balão, pois acalma; desenvolve a consciência corporal; promove um sono tranquilo e estimula o vínculo afetivo. Coloque um pouco de água em temperatura ambiente dentro de um balão (não encher muito para não ficar pesada). Se o clima ajudar, deixe o bebê somente com a fralda em um local sereno, com luz difusa e música suave. Passe a bexiga ou a esponja delicadamente pelo corpo dele, fazendo uma massagem suave com movimentos circulares.
Segundo especialistas a visão dos bebês começa a ficar mais nítida a partir do terceiro mês. Então, começam a distinguir quem é quem em sua vida e já demonstram preferência. O lobo parietal, a parte do cérebro que rege a coordenação visomotora, entre os olhos e a mão, e permite que uma pessoa reconheça objetos, está agora se desenvolvendo rapidamente. E o lobo temporal, que auxilia na audição, na linguagem e no olfato, também se tornou mais ativo. Assim, quando o bebê ouvir a voz da mãe pode olha-la diretamente e começar a emitir sons, assim sendo, é o momento de variar os estímulos auditivos e visuais: o bebê adora quando o adulto brinca de emitir variados sons com a boca.
Aos quatro meses o bebê começa a rolar de um lado para o outro e tentar sentar-se. Uma boa forma de estimulá-lo é colocando-o deitado em um espaço amplo com almofadas, rolos e bolas. Brinque com ele de rolar comemorando a cada tentativa. Auxilie-o a manter-se sentado por instantes apoiado nas almofadas. É importante estimular o bebê a explorar e brincar com objetos variados, desde uma simples fralda de pano limpa a qual vai chupar, segurar e amassar até chocalhos para ele se entretenha com o som. 

No quinto mês de vida o bebê começa a aprender o conceito de causa e efeito. É comum segurar e soltar objetos para vê-los cair. O bebê costuma passar bastante tempo nesta atividade. Para estimulá-lo ainda mais desenvolva o jogo do chapéu. Compre chapéus variados e a cada um que colocar na cabeça faça uma cara engraçada chamando a atenção do pequeno, em seguida aproxime-se para que ele tente tirar o chapéu da sua cabeça. Repita a atividade várias vezes, alternando os chapéus.
Especialistas afirmam que com quatro ou cinco meses o bebê já compreende todos os sons básicos da língua falada em casa e começa a desenvolver capacidade de produzir alguns sons. Também consegue participar de jogos de imitação e vai tentar reproduzir algo que seja dito a ele. Portanto, é interessante estimular a comunicação copiando suas expressões e sons. Ao perceber uma reação quando emite sons e tenta verbalizar alguma coisa, a criança aprende a importância da linguagem e começa a entender o conceito de causa e efeito. Ela passará a notar que o diz faz diferença. 

De 6 a 10 Meses
o sexto mês o bebê já consegue puxar e segurar objetos ouve e enxerga quase tão bem como os adultos. Para estimular seu ritmo e coordenação ofereça itens onde ele possa batucar: tigelas de plástico, caixas de sapato, bandejas, panelas de metal, entre outros. Além disso, estimule bastante todos os seus sentidos. O bebê vai adorar apertar uma bola de plástico macio, passar a mão por texturas ou babar em um mordedor gelado.
No sétimo mês o bebê começa a entender a relação de um objeto com o outro em um espaço tridimensional. Para desenvolver ainda mais essa habilidade coloque-o em uma piscina de borracha ou plástico. Você pode enchê-la com balões, jornais, algodão,. folhas de papel manteiga, folhas secas, palha, etc. No verão a piscina pode ficar ao ar livre e ser cheia com um pouquinho d’água. Então ponha dentro dela copos de iogurte limpos e vazios, colheres de plástico, forminhas (daquelas de brincar na areia) e vasilhas. Deixe o bebê brincar e experimentar os materiais.
Geralmente, é com 8 meses que a criança entra na fase do engatinhar, o que significa um grande progresso nas suas funções motoras, coordenação, equilíbrio e desenvolvimento mental. Para brincar e estimular pregue várias folhas lisas de papel alumínio no piso. Os bebês irão engatinhar sobre elas e ficarão admirados de poderem ver seu próprio reflexo como se o chão fosse um espelho.
Com 9 meses o bebê está quase apto a andar e não para quieto. A fim de desenvolver sua capacidade cognitiva e de raciocínio, além da habilidade de solucionar problemas proporcione aventuras, como: túnel para bebês - feito com caixas de papelões grandes, diferentes bolas e almofadas, bóias, animais de plástico estilo “João Bobo”, balões de ar, colchas, etc. Na primeira vez deixe as próprias crianças experimentarem as possibilidades de brincar com os materiais ao seu dispor. Quando elas não souberem o que fazer, mostre-as antes como podem brincar. Engatinhar dentro do túnel, brincar com os balões, construir torres com os travesseiros e almofadas, etc.
O décimo mês é uma fase plena para evolução motora. Com objetivo de desenvolver no bebê a percepção de diferentes formas, cores e estruturas tridimensionais. Faça uma cola: misture em uma panela 1 litro de água, 3 colheres de sopa de farinha de trigo e 1 colher de vinagre. Mexa até engrossar e deixe esfriar. Dê às crianças diversas revistas para recortarem com as mãos (sem tesoura). Coloque sobre a mesa uma folha de papel Kraft já pincelada com cola de farinha em toda a área. Deixe à disposição da criança os vários tipos de papel e recortes de revistas para que elas brinquem de colar no papel Kraft.

Paty Fonte (Patricia Lopes da Fonte)
Educadora especialista em pedagogia de projetos, escritora, autora do livro “Projetos Pedagógicos Dinâmicos: a paixão de educar e o desafio de inovar”, publicado pela editora wak; autora e tutora de cursos presenciais e on-line de educação continuada a docentes, coach, palestrante.
Idealizadora e diretora dos sites: www.projetospedagogicosdinamicos.com ewww.cursosppd.com.br

DA RELAÇÃO TRIANGULAR NO ENSINO - DOCENTE, DISCENTE E INSTITUIÇÃO

Alguns anos no exercício da docência no ambiente universitário me indicaram a necessidade de refletir sobre as funções desempenhadas pelos sujeitos envolvidos nas articulações do processo de aprendizado que deve ocorrer nesse espaço. 
Dentro da vivencia no contexto desse lugar educativo é possível perceber que essas funções são amiúde confundidas e descaracterizadas, reafirmando assim, a necessidade de constante reflexão.
Logo de inicio é importante perceber que o maior fator dentre os elementos que tendem a descaracterizar essas funções é sem dúvida, o possível objetivo que move e conduz a experiência.
No entanto, a reflexão proposta nesse ensaio deve ter como pressuposto o fato de que isso que chamamos de ensino é algo que se encontra na ordem do imaginário e sendo assim, não pode existir na realidade, se não encontrar alguém disposto a aprender. O fato básico nessa cogitação é o de que, está justamente no desejo de aprender o que fará do ensinar uma realização. De outra forma não poderá sair do nível da imaginação. 
Com isso podemos levantar certa hipótese de que o desejo de aprender deve ser fator fundamental para a prosperidade dessa ordem de experiência, sendo muito pouco provável obter-se algum resultado positivo de qualquer método que se proponha a ensinar aquele que não deseja aprender.
Por tanto, a proposta desse ensaio é a de refletir sobre as funções que podem ser desempenhadas dentro da experiência do aprendizado. Funções que se transformam conforme grau da maturidade emocional dos sujeitos envolvidos e assim, do grau de desenvolvimento do funcionamento que se estabelece. As prováveis funções, pelo menos de inicio, se dispõem em três posições básicas: o discente, o docente, e ainda, no caso do ensino público, a instituição que deve acolher os dois anteriores.
A saber, função de discente está qualificada para o aluno que se dispõe a aprender. Essa é a função da qual foi referido como agente do desejo pelo aprender, elemento essencial e assim, imprescindível para a que a experiência do aprendizado desenvolva. 
A função do docente, caracterizado pelo educador que se dispõe ensinar, ou ainda, de forma mais realista, aquele que se coloca a disposição de auxiliar na experiência do aprendizado - que é desejo do discente. 
Em terceiro lugar, a instituição de ensino que se propõe organizar, regularizar e sistematizar a experiência do aprendizado. A entidade, que guarda a função de manter e oferece infra-estrutura para o exercício do aprendizado e deve receber assim, uma remuneração (do governo ou mesmo privada) para a realização desse papel.
A instituição de ensino deve, ainda, cobrar do corpo discente, dentro de certos critérios, resultados de seu rendimento, para que possa assim, formalizar títulos e certificados de graduação acadêmica, que ateste a qualificação do aluno. O aluno, por sua vez, deve cumprir propostas da instituição de ensino para se graduar e receber títulos. Para isso, a instituição disponibiliza sistematicamente o corpo docente para auxiliar o cumprimento dessas propostas institucionais.
Podemos assim afirmar que o desejo do aluno de aprender e receber certificação de seu desempenho acadêmico em sua graduação deve ser intermediado pela função do professor perante a instituição.
Assim como proposto como pressuposto desse ensaio, o desejo do discente é soberano, imperioso e inevitavelmente conduzirá a experiência. 
Abre-se então uma bifurcação de objetivos e objetos: o real aprendizado, que acontece num nível subjetivo e a busca por titulação, o representante material do saber. Esses objetivos não necessariamente estão juntos e na realidade na maioria dos casos estão completamente polarizadas e é justamente quando os dois objetivos não podem seguir juntos que as funções se confundem e desqualificam-se. 
Na real experiência do aprendizado, a influência da instituição deve ser muito pouco atuante, já que esse processo se concentra no encontro entre a disponibilidade de aprender do aluno e a capacidade do professor em dispor o conhecimento a ser aprendido. 
Não me parece absurdo afirmar que quando se pode contar com o desejo pelo real aprendizado, a viabilização de elementos para que a experiência aconteça, será natural. 
Já na tarefa de obtenção de títulos e atestados de graduação, a relação com a instituição segue num processo onde o aluno deve fazer “para a” instituição e “junto com” o professor.

Prof. Renato Dias Martino - Psicoterapeuta e Escritor
Telefone: 17-30113866
E-mail: renatodiasmartino@hotmail.com

COMPETÊNCIAS SOCIOEMOCIONAIS SERÃO TRABALHADAS NAS ESCOLAS

Há 4 anos pesquisando sobre a importância de trabalhar inteligência emocional nas escolas e a influência da afetividade no processo ensino-aprendizagem não foi surpresa quando me deparei com a seguinte notícia:

“Durante o Fórum Internacional de Políticas Públicas: Educar para as competências do século XXI, realizado nos dias 24 e 25 de março, em São Paulo, o Ministério da Educação – MEC ressaltou a importância de promover as habilidades não cognitivas ou socioemocionais no ambiente escolar e anunciou medidas que visam atender esse objetivo. São exemplos de tais competências características como perseverança, resiliência, determinação, colaboração, autocontrole, curiosidade, otimismo e confiança.

O debate em São Paulo reuniu, a portas fechadas, ministros da Educação de quatorze países. Sobre o encontro, o secretário-geral delegado da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE, Yves Leterme, afirmou que os participantes reconheceram que as habilidades não cognitivas compõem um conjunto de características importantes e que devem ser estimuladas, pois impactam o sucesso escolar e o sucesso na vida futura dos alunos.

O ministro da Educação do Brasil, Henrique Paim, afirmou que esse debate é novo no país. “Este debate no Brasil é recente. Essas competências (não cognitivas) devem estar presentes no âmbito das políticas públicas educacionais”, disse. De acordo com o ministro, programas como o Mais Educação possibilitam trabalhar tais habilidades nas escolas.

Paim anunciou que vai disponibilizar uma linha de financiamento para as redes públicas de ensino que tiverem interesse em desenvolver programas na área e que meçam o desenvolvimento dos alunos nessas competências. Segundo o ministro, as iniciativas que já existem no país com essa preocupação servirão de exemplos para próximos projetos.

Para o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – Inep, Chico Soares, as crianças, adolescentes e jovens brasileiros precisam desenvolver durante a educação básica todas as capacidades essenciais para o exercício da cidadania e a inserção no mercado de trabalho. “Isso envolve adquirir, ao mesmo tempo, conhecimentos e habilidades, cognitivas e socioemocionais”, afirmou.

O MEC, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Capes e o Instituto Ayrton Senna assinaram um protocolo de intenções para incentivar pesquisas sobre o desenvolvimento e o papel de habilidades socioemocionais no ensino.”

Oxalá, as escolas públicas recebam tal verba a saibam utilizá-la corretamente. Oxalá, as escolas particulares também sejam estimuladas e compreendam a necessidade de se educar as emoções além do aspecto cognitivo.

Trabalhemos os sentimentos, pois como diz o grande mestre Rubem Alves: “Aquilo que está escrito no coração não necessita de agendas porque a gente não esquece. O que a memória ama fica eterno.”

Talvez seja esta a chave para o sucesso que tanto almejamos na área de educação.

Leia também:
Paty Fonte (Patrícia Lopes da Fonte) – Educadora especialista em pedagogia de projetos, escritora, autora dos livros “Projetos Pedagógicos Dinâmicos: a paixão de educar e o desafio de inovar” e “Pedagogia de projetos: ano letivo sem mesmice.” Ambos da WAK editora; autora e tutora de cursos presenciais e on-line de educação continuada a docentes, coach, palestrante.
Idealizadora e diretora dos sites: www.projetospedagogicosdinamicos.com www.cursosppd.com.br


COMO PASSAR EM CONCURSOS

Todos nós sabemos que estudar sob pressão acaba por causar um dano na retenção de conteúdo. Estuda-se muito, ou pelo menos se investe muito tempo, e pouca coisa fica realmente guardado da cabeça. Iludem-se os que pensam que tomando café e estudando a noite toda vão obter um resultado melhor, podem até reter algum conhecimento, mas em nível muito abaixo do esperado pelo esforço empreendido.
Para tudo, nesta vida, existem técnicas que nos dão aproveitamento máximo de nossa condição física e mental. Algumas são realmente fantásticas e nos poupam de muito sacrifício oferecendo em troca um resultado altamente compensador.
Este texto nasce depois que ouvi uma paciente reclamando, pois havia estudando para um concurso público, que corria o risco de ser cancelado e mudar de data, estávamos falando do concurso público da prefeitura de Campos dos Goytacazes que, no final das contas, não ocorreu como deveria. Sua fala foi a seguinte:
“- Se mudar o dia da prova estou perdida! Estudei para este domingo.”
A condicionante aqui: “Este domingo!” deixa claro que a mente humana tem regras próprias, ou seja, se o concurso fosse na segunda feira, um dia depois do marcado em sua mente, seu resultado seria prejudicado já que ela estava, absolutamente condicionada, para fazer a prova no DOMINGO dia 15/04, não em qualquer outro dia, somente neste!
Claro que o cérebro é uma via de mão dupla, se podemos condicioná-lo para uma determinada crença, podemos fazer outras programações mais lucrativas. Desta forma comecei a coletar informações de recursos que podem ser úteis na batalha da memorização de informações. Diante dos livros de psicologia, hipnose, pnl, neuróbica e neuroplasticidade, comecei a pesquisar novas descobertas sobre memória e ancoragens mnemônicas. Juntando a isso as técnicas comportamentais modernas de condicionamento operante, a novíssima hipnose sensorial e controle das emoções, podemos ter um grande aparato de guerra para transforma, qualquer mortal normal, em um poderoso recipiente de informações.
Já coletamos cerca de 50 técnicas e, para dar uma ajuda aos desesperados (um curso on line, com todos os recursos, será lançado em maio pelo ISEC) aqui vão as cinco primeiras dicas para ajudar, você, a alcançar a sua vaga em qualquer concurso, ou qualquer prova que necessite de um estudo mais profundo.
Não vamos, aqui, dar explicações científicas muito longas sobre o funcionamento das técnicas, mas posso garantir que não há magia nem truques, tudo está comprovado.
  1. Sempre pratique uma atividade física antes de começar a estudar – jamais levante e comece a estudar meio sonolento, vai perder tudo que ler. Dê uma caminhada ou corra por quinze minutos – pelo menos – isto vai colocar seu corpo cheio de endorfinas e você terá prazer em estudar.
  2. Não estude mais que duas horas seguidas – O nosso cérebro não tem recursos para a distribuição da memória de longa duração num período maior que este. A não ser que você tenha um hipocampo maior que todos nós. Por isto, estude por duas horas, e tire um cochilo de quinze minutos. Depois repita o ritual de andar ou correr e volte a estudar por mais duas horas. O rendimento é muito superior.
  3. Sente-se de costas para a parede – Sério! Nosso sistema inconsciente de defesa teme eventuais ataques vindos por trás (coisa da época das cavernas) e, por isso, não se desliga enquanto não tiver certeza que não há riscos fora do campo de visão. Para dar paz a este sistema e permitir uma concentração total nos estudos, dê um jeito de se sentar de costas para alguma parede.
  4. Use sempre um mesmo perfume – Uai? Essa é estranha! Trata-se de uma ancoragem sensorial olfativa. Usando o perfume (igual) todos os dias que estudar e, repetir a dose no dia da prova, trará um estado psicológico parecido com os dias de estudo o que pode facilitar o acesso às informações coletadas naquele primeiro estado.
  5.  Restrição calórica – o corpo (acredite você) rende mais sob restrição calórica, então coma menos! Não jante durante este período, faça lanches de três em três horas e dê preferências por frutas. Esqueça o café, se tiver sono: durma!
Estas cinco dicas apenas ilustram um universo fantástico de como podemos aproveitar o máximo de nosso cérebro para guardar informações. Espero que você possa usar, comprovar, e depois mandar um e-mail falando do seu aproveitamento (oliveirapsi@gmail.com ) dentro em breve poderemos disponibilizar mais técnicas para transformar você no dono daquela vaga pretendida.

João Oliveira - Psicólogo Clínico. Mestre em Cognição e Linguagem,  pela Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF) / RJ . Pós-graduado em Hipnose Clínica e Organizacional: uma técnica prática na construção da saúde - SPEI / IBHA - Rio de Janeiro. Pós-graduado em Psicologia Humanista Existencial - UNESA.Pós-graduado em Cultura, Comunicação e Linguagem -FAFIC. Graduado em Psicologia – Formação de Psicólogo - UNESA
E-mail: oliveirapsi@gmail.com
Currículo Lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4247147T6

COMO APROFUNDAR O TRABALHO COM PROJETOS

Com algumas estratégias simples, os projetos podem tornar-se a experiência complexa, envolvente e intelectualmente expansiva que os professores desejam.

Trabalho com Projetos Enquanto examinava a documentação do projeto das crianças sobre caminhões, a Sra. Johnson estava pensando no quanto havia sido mais fácil orientar esse projeto do que o primeiro que tinha realizado. Sentiu-se confiante quanto à abordagem do projeto e como tocá-lo adiante; contudo, ao examinar mais de perto as fotos e o trabalho realizado pelas crianças, ela se sentiu um pouco desapontada com os resultados. A maior parte das perguntas das crianças eram simples, tais como "Quantos pneus?" ou "Quantas janelas?". Elas não pareciam assumir o controle da investigação e formular suas próprias ideias. A investigação não era tão profunda ou significativa quanto a professora esperava, ou como tinha visto em outros projetos sobre os quais lera em livros.

Essa experiência é muito comum entre professores que estão começando a trabalhar com projetos. Existe muito a aprender sobre a orientação dos primeiros projetos; porém, uma vez dominados os fundamentos, os professores enfrentam o desafio de aprofundar essa experiência. Com algumas estratégias simples, os projetos podem tornar-se a experiência complexa, envolvente e intelectualmente expansiva que eles desejam.

Estreitar o tópico

Um dos maiores determinantes da profundidade do trabalho com projetos é a adequação do tópico a ser investigado em profundidade. Existem diretrizes básicas para a escolha de tópicos para crianças pequenas (Helm e Katz, 2000). Estas incluem escolher tópicos que sejam mais concretos do que abstratos e que coloquem as crianças em contato com objetos concretos e reais que elas possam manipular, além de escolher tópicos que se relacionem com experiências prévias e procurar um local relacionado nas proximidades para que possam visitá-lo várias vezes. Tópicos com grande número de artefatos aumentam a independência das crianças nas investigações.

Existem outras diretrizes gerais para aumentar a profundidade do trabalho com projetos. Uma estratégia é estreitar o foco de atenção. De modo geral, quanto mais estreito o tópico, mais aprofundado será o projeto. Por exemplo, lojas é um tópico muito amplo, padarias é um tópico mais estreito, e um projeto sobre a Padaria Saborosa, que fica nas imediações, é bem estreito. Quando um tópico amplo como lojas é escolhido, a discussão e a investigação concentram-se em vários tipos diferentes de lojas (sapatos, música, mercearia) e no aprendizado de um pouco de cada uma delas (onde se localizam e que tipo de produto cada uma delas vende). A discussão tem de permanecer abstrata, porque provavelmente não é possível visitar muitos tipos diferentes de lojas.

Estreitar o tópico a padarias, em vez de lojas, concentra a discussão em diferentes tipos de padarias, a variedade de produtos assados e como cada um deles é feito. Estreitar o tópico ainda mais a uma padaria específica, a Padaria Saborosa, incentiva as crianças a formular espontaneamente perguntas à medida que elas se familiarizam com a complexidade do negócio. As perguntas podem incluir: quem trabalha nessa padaria? Que tarefas essas pessoas realizam? Como elas aprenderam a fazer isso? Que roupas vestem? A que horas abrem? Como eles fazem aqueles bolinhos de mirtilo? Onde armazenam seus ingredientes? Essas perguntas mais profundas, baseadas em suas observações, surgem facilmente para o grupo.

As crianças são encorajadas a pensar mais profundamente conforme observam os empregados da padaria e interagem com eles. Assim, desenvolvem um conhecimento detalhado sobre a padaria e as pessoas que trabalham ali. Quando representam o que aprenderam, suas representações também serão mais detalhadas, requerendo mais raciocínio para serem produzidas. Em vez de criar uma loja baseada em seus estudos de "lojas", as crianças podem decidir criar uma padaria como a Padaria Saborosa em sua sala de aula. Em vez de fazer um "lugar para pagar" genérico, elas desejarão estudar e criar uma caixa registradora, bem como a área de pagamento, exatamente como as que viram. À medida que estudam suas fotos, seus desenhos e suas notas para criar a caixa registradora da Padaria Saborosa, elas realizam grande parte do trabalho de resolução de problemas e de pensamento criativo do trabalho com projetos. A escolha dos materiais e a construção da réplica de uma caixa registradora com teclas que possam ser apertadas geram um desafio e uma oportunidade de resolução de problemas.

Construir um conhecimento de base

Outra estratégia para aprofundar o trabalho em projetos com crianças pequenas é passar mais tempo construindo um conhecimento de base ou "lidando" com o assunto. Todas as crianças pequenas tiveram um número limitado de experiências. Crianças mais velhas estão vivas e aprendendo há mais tempo e, por isso, têm maior conhecimento de base e seu conhecimento é mais diversificado.

Por exemplo, crianças mais velhas já fizeram algum passeio longe de casa, o que exigiu que viajassem e passassem a noite fora. Em um grupo de pré-escolares, algumas crianças na classe, mas não todas, podem ter tido essa experiência. Embora você possa presumir com segurança que os alunos em uma classe de crianças de 10 anos já viram uma padaria ou estiveram em uma, você não pode fazer essa suposição para uma classe de crianças de 3 anos.

Reserve um tempo para construir um conhecimento básico comum sobre o assunto. Você precisa ter certeza de que todas as crianças têm a experiência antes de se aventurar em uma investigação. Você pode fazer um visita à padaria e comprar algo para lanchar. A identificação do tópico e o desenvolvimento de perguntas geralmente tomam mais tempo com crianças pequenas, conforme elas desenvolvem vocabulário e conceitos sobre o assunto. Essa fase pode levar até duas semanas.

Integrar conteúdo e currículo

Os professores aprofundam o trabalho em projetos pensando cuidadosamente sobre as direções que um projeto pode tomar ou sobre as oportunidades de aprendizagem que podem ocorrer. Isso é chamado de planejamento preparatório. Depois de escolhido o tópico, o professor tece uma rede sobre todos os conceitos que o compõem. Esse mapeamento informa-o sobre todas as direções possíveis que um tópico pode tomar de acordo com o interesse das crianças. Por exemplo, se o tópico fosse "calçados", os conceitos organizados na rede poderiam incluir materiais, tamanhos, fabricação, lojas, marcas, fechos, finalidades e tipos. Esses são conceitos acerca dos quais as crianças podem aprender no processo de estudar os calçados.

Uma vez adicionados todos os conceitos, o professor examina as metas e os objetivos curriculares. Onde as crianças poderiam aprender ou usar os conhecimentos que fazem parte do currículo? Por exemplo, em um projeto sobre calçados, onde elas poderiam ter contato com números? Duas situações em que as crianças deparam-se com números é quando aprendem sobre tamanhos ou preços. O professor pode escrever esses objetivos específicos - reconhecer números de 1 a 10 na rede por tamanhos ou preços - para lembrar-se dessas oportunidades. No processo ativo e acelerado de orientar projetos em sala de aula, ele tem assim mais chances de lembrar-se de ensinar ou oferecer às crianças oportunidades para que usem esse conhecimento ou essa habilidade à medida que os conceitos aparecem nas atividades do projeto. O professor pode então sugerir que se elabore uma tabela dos diferentes tamanhos de calçados infantis quando uma criança observa o número no seu sapato, ou combinar os números nas caixas de sapato com os tamanhos dos sapatos quando as crianças brincam de loja de sapatos.

Enfatizar conversas instrutivas

Outra estratégia para aprofundar o trabalho em projetos é aumentar a qualidade das discussões do projeto. Com crianças pequenas, conversas significativas sobre os projetos são geralmente mais fáceis de realizar quando o grupo é pequeno. Realize as conversas em um ponto diferente da sala, por exemplo, na área de livros. As conversas tornam-se mais aprofundadas quando as crianças são estimuladas a ouvir e responder umas às outras. Transferindo-se as discussões em pequeno grupo para outra parte da sala, uma nova tradição de autênticas discussões sobre o projeto pode ser estabelecida. As crianças ficam frente a frente em um pequeno círculo, com o professor sentando-se também no chão como parte do círculo. Desencoraje o hábito de levantar a mão e esperar o reconhecimento do professor se você quer que conversas espontâneas e profundas ocorram. O professor pode explicar o conceito de "conversa", no qual as crianças revezam-se na fala e na escuta, exemplificar a escuta e a resposta aos comentários das crianças ("Você ouviu o que José disse sobre os fornos?") e atraí-las para a conversa ("Manuel, você concorda com José? Você também acha que fornos são como luzes?").

Mantenha o foco no assunto e tenha uma conversa instrutiva. Conversas instrutivas vão além da transmissão de conhecimento e do ensino de habilidades específicas, pois encorajam discussões cuidadosas enquanto a criança se debate com ideias (Goldenberg, 1991). Elas têm finalidades instrutivas, mas parecem ser uma conversa espontânea com interações em linguagem natural. Para orientar as conversas instrutivas, mantenha a ideia ou o conceito como foco principal ("Maria, você pode nos contar sobre sua viagem à casa da vovó depois, porque agora estamos conversando sobre padarias. Você tem alguma coisa a dizer sobre o forno?").

Incentive a participação, qualquer que seja a capacidade linguística de uma criança e tente fazer com que todas elas contribuam no pequeno grupo. Você pode fazer isso simplesmente dizendo: "Paulo, o que você acha que deixa os fornos quentes?", ou então: "Raquel, você tem ideias maravilhosas sobre fornos. Vamos ver o que as outras crianças também pensam sobre isso. Você pode ouvir e fazer-lhes perguntas comigo". Todas as contribuições devem ser aceitas, sem correção da linguagem. Você pode querer fazer uma rede ou escrever notas para lembrar-se do que foi dito.

Incorporar provocações

Ao orientar o trabalho em projetos, os professores às vezes hesitam em introduzir suas próprias ideias. Contudo, quando o professor tem uma compreensão clara do que as crianças entendem, ele pode aprofundar o projeto introduzindo uma nova ideia ou criando uma oportunidade para resolução de problemas. Essa introdução muitas vezes é chamada de provocação, evento ou desafio que instiga a reflexão e empolga as crianças pela aprendizagem. Por exemplo, em um projeto sobre calçados, um professor perguntou às crianças se elas sabiam como funcionam os tênis com solas com luzinhas que se acendem. "De onde vem a luz?". Isso as faz formularem hipóteses. O professor foi então adiante com a pergunta: "Como poderíamos descobrir?".

As crianças decidiram encontrar um tênis velho, que não servisse mais no dono, para abri-lo. Encontrar um tênis velho tornou-se um problema a resolver e desmontá-lo foi outro. Quando a bateria e o circuito foram retirados do calçado, surgiu outro problema: as crianças tentaram entender como eles funcionavam para fazer as luzes acenderem. Essa provocação do professor gerou muita aprendizagem. Os professores podem simplesmente fazer perguntas concentradas em quem, como e quando, afastando-se das perguntas típicas "O que é aquilo?" e "Quantos...?". Também se pode pedir aos alunos que lancem hipóteses e façam previsões sobre o que acontecerá.

Estabelecer compromisso com o trabalho com projetos

Várias ideias para aprofundar o trabalho com projetos foram apresentadas neste artigo. A simples alteração de algumas estratégias pode ter um efeito significativo na quantidade e na profundidade do pensamento que ocorre durante o projeto. Todas essas ideias são realçadas quando os professores documentam o projeto, tornando-se reflexivos e intencionais (Helm, Beneke e Steinheimer, 2007). Quando isso acontece, as crianças desenvolvem as habilidades necessárias para uma investigação significativa.

REFERÊNCIAS

GOLDENBERG, C. Instructional conversations and their classroom application: educational practice report 2. Santa Cruz, CA: The National Center for Research on Cultural Diversity and Second Language Learning, 1991.
HELM, J. Got standards: don't give up on engaged learning. Young Children, v. 63, n. 4, p. 14-20, 2008.
HELM, J.H.; BENEKE, S.; STEINHEIMER, K. Windows on learning: documenting young children's work, 2007.
HELM, J.H.; KATZ, L.G. Young investigators: the project approach in the early years. New York: Teachers College Press, 2000.


Judy Harris Helm é consultora educacional e atua em treinamento sobre documentação, avaliação e trabalho com projetos em âmbito internacional.


BRECHÓ EDUCACIONAL

O que mais se escuta atualmente é que a educação encontra-se mergulhada em um mundo de constantes e rápidas transformações e por isso não consegue acompanhar a rapidez de tanta mudança, permanecendo muitas vezes no "passado". Tenho minhas dúvidas a respeito de tal afirmação! Mudança é sempre bem-vinda, sinaliza movimento e oportunidades. O grande entrave é o "velho discurso" vestido em "novos" discursos, muitas vezes bonitos, porém, vazios de sentido. Um discurso, muitas vezes sustentado em queixas e culpabilização por parte dos educadores e pais.
No ano passado, comentei em uma entrevista à Revista do Sieeesp, de São Paulo, que a educação deveria se arriscar a pensar como a moda... Trabalhar com tendências, no sentido de prever o que está por vir, antecipar...
Um ano depois retomo esta discussão trazendo minha percepção de uma educação tateando entre o novo e seminovo, descartando o "velho", ou seja, uma “educação brechó” que convoca seus clientes, alunos e famílias a trocar, vender ou comprar produtos educacionais, ora baseados em rankings, ora prometendo uma educação mais democrática. E, dependendo da cidade, troca-se algo "velho" por algo "novo", sem contar as barganhas pedagógicas e demagógicas, tendo como principio o ganhar-perder ou mesmo: “eu te dou o que você quer e você me dá o que preciso”. Uma “educação brechó” que não esvazia, não despolui, mas sim "completa" e enche o suposto vazio.
Talvez seja mais fácil entender tal analogia se pensarmos no nosso cenário político atual, e que por sinal vem se repetindo.
Voltando ao “brechó educacional”, imaginemos as diversas teorias educacionais, algumas antigas com novas roupas, outras novas porém sem fundamentação teórica, algumas já acompanhadas de prescrições infalíveis (esta roupa emagrece, use e você será o primeiro...), algumas reproduzindo os tempos áureos da moda aristocrata.
Um “brechó educacional” não é má ideia desde que saibamos o que se pretende com tal "produto", muitas vezes de segunda mão. Como usá-los de forma criativa? O problema que vejo é a "mistureba", envolver todas as tendências sem incorporar alguma. Qual o estilo da educação atual? Um bom e criativo "brechó" oferece diversos estilos de acordo com o “biotipo" de cada um; alguns se sentem melhores com cores mais escuras; outros preferem algo colorido, enfim a educação-moda já está vazia de sentido. Discursos vazios já não convencem seus consumidores vorazes por uma educação que faça a diferença e ofereça um bom preço.
Educar é uma arte de combinações de estilos, tendências e competência. Nem sempre o mais caro é o melhor, venho deparando com diversas educações; umas mais retro, outras mais modernas, e algumas que estão entre seminovas, possíveis de uso e adaptações.
Talvez se trabalharmos com um olhar mais cuidadoso aos detalhes, possamos aproveitar varias tendências, mesmo que elas não façam parte na MODA EDUCAÇÃO. Talvez o nosso diferencial possa ser esse, ultrapassar modismos externos e permitirmos ousarmos uma educação mais autêntica!
Jane Patricia Haddad é pedagoga, com especialização em Psicopedagogia, Docência do Ensino Superior e Psicanálise. Atuou por mais de 20 anos em escolas como professora, coordenadora pedagógica e diretora, é consultora institucional e conferencista. Autora dos livros: “Educação e Psicanálise: Vazio existencial” e “O Que Quer a Escola: Novos Olhares resultam em Outras Práticas”, ambos publicados pela editora Wak, do Rio de Janeiro. Atualmente cursa o Mestrado em Educação na Universidade Tuiuti no Paraná, onde seu tema de pesquisa é a Indisciplina Escolar.

AUTOESTIMA: ALMA DA EDUCAÇÃO

Não se pode pensar em educação integral sem pensar em AUTOESTIMA. A autoestima é uma poderosa necessidade humana, que contribui de maneira essencial para o processo da vida, sendo indispensável para um desenvolvimento normal e saudável. Tem valor de sobrevivência.
Cada um decide a pessoa que é. A cada momento. E, se não estiver gostando, pode mudar. Pode reprogramar-se.
Acreditar na sua capacidade de decidir sua vida é um passo essencial para ter autoestima e realizar seus ideais.
A valorização de si mesmo é um processo que se constrói no dia a dia e que pode ser ajudado através do autoconhecimento. Quem se conhece, sabe da riqueza que existe em seu mundo interior, sabe dos recursos de que pode lançar mão nos momentos bons e ruins, confia mais em si mesmo, entretanto a pessoa que não se valoriza que não sabe para onde está indo, qualquer caminho serve.
A autoestima fortalece, dá energia e motivação. Ela inspira a obter resultados e permite sentir prazer e satisfação diante de realizações.
A autoestima proclama-se como uma necessidade porque sua (relativa) ausência compromete nossa capacidade de funcionar. É por esse motivo que dizemos que ela tem valor de sobrevivência. E hoje mais do que nunca. Atingimos um ponto na história em que a autoestima, que sempre se mostrou como uma necessidade psicológica de suma importância, também se tornou uma necessidade econômica da maior relevância, atributo imperativo para a adaptação a um mundo cada vez mais complexo, desafiador e competitivo
As escolas, diretores, professores e alunos precisam despertar para a alma da educação, a tão esquecida AUTOESTIMA. Esse componente do comportamento humano e da psiquê é fundamental para uma escola sadia, arejada e voltada para o educador e o educando.
O indivíduo com boa autoestima é:
  • Ambicioso sem ser ganancioso
  • Poderoso sem ser opressor
  • Assertivo sem ser agressivo
  • Inteligente sem ser pernóstico
  • Humilde sem ser subserviente
  • Compreensivo sem ser idiota
As aulas, as atividades complementares, as provas fazem parte do dia a dia das escolas, mas falta a capacidade de AMAR, que vem da autoestima, do auto-amor. É fundamental que educador e educando se amem em primeiro plano para depois conseguirem plasmar o AMOR na relação interpessoal da educação. Pestalozzi já nos dizia “educar é amar”. Se o educador amar, o aluno irá receber esse amor e assim, trabalhará com esse sentimento, surgindo, de verdade, a EDUCAÇÃO INTEGRA, PLENA, de dentro para fora, despertando os potenciais e as habilidades dos alunos.
Quanto mais saudável for a autoestima, mais propenso se torna tratar os outros com respeito, benevolência, boa vontade e equanimidade – uma vez que não se tende percebê-los como ameaça, e que o auto-respeito é a base do respeito pelo outro. Enfim, a autoestima elevada é a base para a felicidade pessoal.
Com uma autoestima elevada, é mais provável que consigamos persistir diante das dificuldades. Com uma autoestima baixa é mais provável que desistamos ou façamos o que tem que ser feito, sem dar de fato o melhor de nós. As pesquisas mostram que os indivíduos com autoestima alta persistem nas tarefas um tempo significativamente maior do que os indivíduos com baixa autoestima.
O valor da autoestima não está apenas no fato de ela permitir que nos sintamos melhor, mas pode permitir que vivamos melhor – respondendo aos desafios e às oportunidades de maneira mais rica e mais apropriada. Um professor emocionalmente equilibrado, com autoestima elevada, consegue intervir de forma adequada nas relações conflituosas de sua sala de aula, ou seja, sua participação na vida de seus alunos tenderá a basear-se no respeito e na justiça.
O verdadeiro progresso econômico e social do mundo está inexoravelmente ligado ao bem-estar físico, emocional e intelectual.

AUTOESTIMA, a solução eficaz e proativa para uma EDUCAÇÃO INTEGRAL.

Paty Fonte (Patricia Lopes da Fonte)
Educadora especialista em pedagogia de projetos, escritora, autora do livro “Projetos Pedagógicos Dinâmicos: a paixão de educar e o desafio de inovar”, publicado pela editora wak; autora e tutora de cursos presenciais e on-line de educação continuada a docentes, coach, palestrante.
Idealizadora e diretora dos sites:
www.projetospedagogicosdinamicos.com ewww.cursosppd.com.br

APRENDIZAGEM LÚDICA, CONTEXTUALIZADA E SIGNIFICATIVA

O livro Atividades para Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental é fruto de minhas aulas de Ensino de Artes, com alunos entre 4 e 5 anos, no Centro Municipal de Educação Infantil Profa. Carmen Pedroza, e alunos entre 6 e 12 anos, na Escola Mun. Profa. Dalva de Oliveira, na cidade do Natal/RN.

Ao falar sobre as formas geométricas, um dos conteúdos da disciplina Ensino de Arte, percebi a dificuldade das crianças em manusear lápis, papel, tesoura e cola. A maioria das crianças com essa faixa etária ainda não sabe manusear o lápis, segurar tesoura, cortar e colar papéis. Muitas não conhecem o nome círculo e chamam a forma geométrica de redonda ou de bola. Mas essa é uma atividade que se tornará comum ao longo do ano. Para isso, precisamos estimular nossos alunos com atividades interessantes, significativas e dentro do contexto dos conteúdos e projetos que estão sendo trabalhados em sala de aula. Dessa necessidade surgiu a ideia de desenhar vários círculos em papéis, os mais variados, como caixas de remédio, creme dental, sabonetes, entre outros que chegam diariamente em nossas residências. Pedi às crianças que cortassem esses círculos e colassem em um papel em branco. A experiência foi boa, mas poderia ser melhor. Então, em outra sala de aula, realizei a mesma atividade, mas peguei uma folha de papel A4 e dividi ao meio. Minha intenção era que o papel ficasse todo preenchido com círculos cortados pelas crianças. Desenhei 20 círculos em cada folha e dei uma (folha) para cada criança. Coloquei variados e coloridos papéis sobre suas carteiras, entreguei uma tesoura para cada uma delas e coloquei cola em pequenos pedaços de papel, evitando o desperdício de material. A atividade teve aceitação geral. Todas as crianças sentiram-se desafiadas a cortar aqueles círculos e colar nas folhas que receberam. Como, na época, eu tinha sete salas de aula, não havia tempo para desenhar manualmente uma atividade para cada criança. A saída foi reproduzir a atividade em quantidade suficiente para todos os alunos das sete salas do turno vespertino, onde eu lecionava. Após a atividade fiz perguntas sobre os objetos que têm a forma circular, ou parecida, dentro da sala de aula, na escola, na casa deles, na rua e no céu. Algumas das respostas foram: na sala de aula, o ventilador, a pia do banheiro, o cesto de lixo e as bolas para brincar. Na casa deles, a mesa, os pratos, os copos, bancos para sentar, ventilador, cestos de lixo, cesto de roupa, pia da cozinha e dos banheiros, vasos de plantas, entre outros. No céu, a lua e o sol.

A atividade gerou uma boa discussão visto que algumas crianças disseram que as mesas de suas casas não eram redondas, mas pareciam com as mesinhas (carteiras) da escola, ou seja, eram quadradas ou retangulares. Faltando vinte para o término da aula, confeccionamos um brinquedo chamado disco voador, cujo formato é circular. Resumindo, posso dizer que essa aula foi maravilhosa. A alegria, a participação e a concentração das crianças foram

notáveis. Elas brincaram e aprenderem ao mesmo tempo, ou seja, tiveram uma aprendizagem lúdica, contextualizada e significativa.

Não sou contra a utilização de atividades xerografadas, afinal, tenho plena convicção de que além das brincadeiras, cantigas de roda, confecção de brinquedos, danças e dramatizações, entre outras coisas, as crianças também gostam de realizar atividades escritas. Dessa forma são estimuladas a vários tipos de letramentos, entre os quais, a leitura e a escrita. O que lamento é a forma aleatória como muitas dessas atividades são colocadas aos alunos. Muitos professores, de forma equivocada, levam para sala de aula desenhos de Mickey, Tio Patinhas, Homem Aranha, Barbie, entre outros, para colorir. Nada tenho contra esses desenhos, mas, para exemplificar, qual a relação das formas geométricas, assunto que foi citado hoje, com os mesmos?

Como educadora, não compartilho da ideia de professores subestimarem seus alunos. Parabenizo aqueles que realizam seu trabalho de forma coerente e compromissada, fazendo jus ao discurso de aprendizagem lúdica, contextualizada e significativa.


Prof. KacianniKacianni de Sousa Ferreira é professora de arte e pertence ao quadro da Secretaria Municipal de Educação de Natal – SME. Estuda e desenvolve trabalhos como facilitadora em Danças Circulares e Brincadeiras de Roda na área de educação, além de ministrar cursos e oficinas com material reciclável em diversas cidades e instituições. Iniciou trabalho com educação infantil em 2007. É autora dos livros “Confecção de Brinquedos”, 2009; “Brincadeiras e Brinquedos: da Educação Infantil a Melhor Idade”, Vozes/2010, “Muro de Sabonetes” (conto / literatura infanto-juvenil), 2011 e “Atividades para Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental”, WAK Editora/2012.

E-mail: kacianni@hotmail.com - Blog: brinquedoscomsucata.blogspot.com

TÉCNICAS PARA ACALMAR AS CRIANÇAS

Estresse não é privilégio dos adultos. Crianças também estão expostas a problemas e o resultado não é diferente do nosso: agitação e ansiedade. A boa notícia é que escolas e psicólogos já adaptaram técnicas de relaxamento para o mundo infantil. “Elas reduzem a ansiedade e aumentam a capacidade de resolução de problemas. Também ajudam crianças zangadas, agressivas ou frustradas a acalmarem-se e repensarem a situação”, explica Maria Miranda, psicóloga holística e psicodramatista da equipe Projetos Pedagógicos Dinâmicos.
E não precisa sequer esperar a criança começar a falar para criar um ambiente de tranquilidade. Todos os dias, coloque uma música suave de fundo e faça massagem no bebê enquanto fala com ternura. Observe quando nascem os primeiros dentes: se ele for um bebê estressado, já podem aparecer sintomas de bruxismo, como ranger, triturar ou apertar os dentes repetidamente sem estar comendo. Nesse caso, além do seu carinho, ele vai precisar da ajuda de um dentista.

Paz e diversão
Quando as crianças são um pouco maiores, jogos e brincadeiras podem ser propostos. “Coloque uma música relaxante e proponha uma brincadeira em que todos os movimentos deverão ser lentos e a respiração profunda, acompanhando o ritmo da música. Outra dica é pedir pra eles imitarem os movimentos dos animais. Cuide para o momento ser divertido e não chato e estressante”, ensina Luciana Vieira, professora e consultora de feng shui.
Se você está pensando “é impossível fazer meu filho parar quieto para relaxar”, saiba que o começo não é mesmo fácil. Eles precisam se acostumar com os exercícios e isso pode levar tempo e dedicação. Crie uma rotina para o relaxamento. Escolha o melhor horário e reserve de 10 a 15 minutos só para isso – deixe o celular, o computador, a TV e os problemas fora do ambiente em que vocês estão. Aproveite o momento só de vocês para fortalecer os laços. E nada de dar bronca se os pequenos não estiverem fazendo certo. O objetivo, inclusive para você, é relaxar.
Depois desse primeiro momento, quando a criança já estiver acostumada à respiração e aos movimentos lentos, passe para a segunda etapa do processo. Faça com que ela se sente ou deite em uma posição confortável, em local agradável, e peça que respire profundamente três vezes de olhos fechados, escutando as batidas do coração. Além da música, você pode estimular que ela imagine lugares bonitos, elementos da natureza ou outras situações agradáveis.

Técnicas de emergência
E para aquelas situações de emergência, em que seu filho está agitado em um lugar público e não tem como parar para fazer tudo isso? Converse em um tom de voz baixo, abrace-o com ternura, sussurre palavras como “calma, fique tranquilo, estou aqui para conversar”. A ideia é transmitir a sua calma – mesmo que seja apenas de fachada – para a criança. No shopping, supermercado, casa de parentes e na escola essa é a melhor forma de acalmar os ânimos infantis. No carro, o toque fica impossível, mas tenha sempre à mão um CD de música relaxante.
Outra opção em ambientes cheios de gente é cantar uma música que ele gosta, bem baixinho, e pedir para acompanhá-la. Ele deve escolher as canções seguintes até você perceber que a situação está sob controle.

Massagem infantil
O colégio Santa Maria, em São Paulo, também encontrou um jeito de acalmar os ânimos dos anjinhos depois da agitação do intervalo. Assim que voltam das brincadeiras no parque, as crianças da pré-escola pegam seus tapetes e deitam confortavelmente. Em seguida, uma música de fundo ajuda os professores a contar histórias. Por fim, separados em duplas, cada um faz massagem – conforme proposta da professora – e depois recebe de um coleguinha.
São usadas bolas de tênis ou borracha, rolinhos de madeira ou mesmo as mãos. “É neste momento que cada criança lida com suas individualidades e as dos amigos, dizendo se está forte, fraco e de que forma quer ser tocado pelo outro. A massagem acalma e prepara para as próximas atividades do dia, melhorando a atenção, concentração e relaxamento do corpo”, conta a professora Gabriela Kraft. Ela ensina uma série que pode ser feita nas crianças, em casa ou na escola, durante 15 a 30 minutos:
1. Peça para a criança deitar em um lugar aconchegante;
2. Coloque uma música bem baixinho, adequada para o momento;
3. Fale para ela tentar fechar os olhos, sem apertá-los;
4. Pegue uma bolinha (de tênis ou borracha) e passe por todo o corpinho da criança;
5. Depois, fixe em algumas partes e faça movimentos circulares e retos. Use mais ou menos pressão dependendo da parte do corpo;
6. No final, deixe a bolinha de lado e passe as mãos pelo corpo da criança, fazendo sempre movimentos de dentro para fora do corpo (por exemplo: do ombro até as pontas dos dedos das mãos);
7. Quando acabar, peça para a criança abrir os olhos calmamente e sentar.

Ambiente em equilíbrio
Segundo a técnica milenar chinesa do feng shui, harmonizar os ambientes favorece o equilíbrio das emoções e pode trazer paz e tranquilidade para quem vive neles. Siga algumas regras no quarto da criança para fazer a diferença, torná-la menos agitada e fazê-la dormir bem. “Dê preferência para os tons claros e pastéis na decoração. Eles trazem aconchego e tranquilizam. O azul é um tom que está diretamente ligado à tranquilidade”, explica Luciana.
A organização do quarto também é muito importante. Defina bem onde cada coisa deverá ser guardada depois de utilizada, inclusive os brinquedos, e ensine o pequeno a manter essa regra. A posição da mobília também ajuda: evite direcionar a cama ou o berço à porta de entrada do quarto, o que pode dificultar o descanso. E o cheirinho do ambiente também conta. Borrife no ambiente e nos tecidos fragrâncias de camomila e lavanda, ervas calmantes. Elas também podem ser usadas secas dentro do travesseiro.

Maria de Miranda - psicóloga da nossa equipe - contribuiu para a matéria publicada em 09 de julho de 2011 no Portal IG

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A PESSOA QUE ESTAMOS

Ao participar de um encontro profissional, minha surpresa foi o momento dedicado às pessoas que, formadas por histórias maravilhosas, aproveitaram a oportunidade e se deixaram conhecer.
Quando falamos do profissional, indicamos nossa opção de carreira, o tempo que estivemos em uma determinada empresa, o cargo que ocupamos nela, a quantidade de cursos que fizemos e os eventos nos quais participamos. É através desse “currículo”, que somos qualificados, valorizados e aceitos na sociedade. E talvez até por nós mesmos. É por isso que nos deixamos levar.
Esquecemos que a pessoa que somos agora, é o somatório da que trouxemos ao nascer, com a que nos tornamos pelas influências externas de nossos pais ou de quem nos criou, com a cultura que absorvemos do lugar onde nascemos ou moramos, juntamente com os conhecimentos acadêmicos adquiridos por nós através de nossas escolhas.
Em um mundo capitalista, a exigência de valores tende para o lado comercial e isso nos faz acompanhar essa tendência. É preocupante, já que muitas de nossas escolhas equivocadas e que nos deixam frustrados, possivelmente se dão pela força que fazemos para atender a esse apelo, como tentativa de aceitação e inserção a um padrão que determina sucesso ou bem estar.
Somos levados a agradar ao meio, desconsiderando a pessoas que somos e aos anseios de nossa essência, o que nos torna indivíduos por vezes bem sucedidos, mas frustrados. No esforço para resolver essa questão, utilizamos algumas alternativas, que para quem já entrou nessa roda viva, é conciliar a situação atual com atividades que preencham esse outro lado reprimido ou, mesmo antes de entrar, identificar e orientar suas escolhas objetivando atender às exigências desses dois pilares procurando harmonizá-los. Você deve estar pensando, falar é fácil! E eu concordo, mas você há de convir, que consertar é mais difícil do que fazer o certo. Essa é a proposta: prevenir.
Lá nos tempos da escola, eu brincava, bordava, fazia teatro, pintava, cantava, tocava instrumento, declamava e compunha músicas que defendia nos festivais. Não que isso fosse o certo, mas com certeza, o contato com essas inúmeras possibilidades, facilitou e muito a identificação de tendências, talentos pessoais, o desenvolvimento deles e de muitos outros. Essa prática diversificada proposta pelos mestres, aumentou as chances de envolvimento por parte dos alunos nas atividades, deixando transparecer suas preferências, facilitando a percepção e escolha pela mais adequada. Importante ressaltar, que o resultado obtido através delas, tornaram-se indicadores até para outras fases que nortearam escolhas importantes ao longo da minha vida. Aprendi a conviver em grupo, a respeitar as diferenças e a compreender porque tocava triângulo e não flauta como gostaria. O processo que vivemos nessa e em várias fases da vida, ensina e amadurece. Vivê-lo nos ajuda achar o caminho do meio. Aquele que é nem tanto e nem tão pouco, sabe? O que falta hoje. Oscilamos para os extremos!
Talvez nosso maior desafio seja compreender que inovar é ter um novo olhar sobre o todo e não das partes. É ousar e ousando, encontrar uma nova forma de atender as necessidades do ser por caminhos mixados pelas tecnologias novas ou não. É utilizar com criatividade, adequação de meios e métodos, autoconhecimento e análise, de forma que possamos atingir as metas planejadas.
De volta ao encontro ”profissional”, marcado por muitos relatos, que de tão interessantes, por vezes ainda povoam minha mente, e por isso talvez justifiquem porque as vivências infanto-juvenis, acompanham nossa trajetória de vida e podem até determinar comportamentos, influenciar direta ou indiretamente nossa vida profissional. Daí, originária a idéia da total relevância no processo de construção do ser humano, do seu conhecimento e de sua história. Esses fatores, auxiliares nas escolhas nossas de cada dia, devem ser levados em consideração antes de qualquer ação, principalmente por parte da docência ou liderança que acompanha diariamente qualquer pessoa, independente do estágio ou condição em que se encontre. Seja como filho, aluno ou subordinado.
Nesse encontro, a ênfase e o destaque foram atribuídos para etapas importantes da vida: infância, adolescência e maturidade. Estavam impregnados de sensações sobre brincadeiras, medos, mitos, natureza, sonhos, bichos, liberdade, pais, avós, primos, ovos de páscoa, sóis, luas, estrelas, livros, amigos, amores, perdas, ganhos, viradas e decisões os quais compunham a história de cada uma delas, e se tornaram determinantes na formação dos profissionais não menos brilhantes nos quais elas se transformaram, bem sucedidos ou não.
A partir de então, mais identificada com algumas pessoas e simpatizante com outras, não tive mais o mesmo olhar nem sobre mim e nem sobre elas. Conseqüência do efeito especial que o exercício da docência traz. Ela permite que pelo viés da convivência, enriqueçamos pela troca e respeitemos mais uns aos outros. Caminhamos juntos, construindo o conhecimento e ficando cada vez mais ricos de histórias. Riqueza que não tem preço, pois quanto mais se convive, mais se aprende mutuamente, seja na escola da vida, na virtual ou na convencional. E no fim de cada encontro, fica o prazer em conhecer.
Agora, tenho uma parte daquela que chegou, mas que ao sair, levou consigo o que viu e o que ouviu. E assim se transformou. Constatação que na vida é assim sempre. Cada um há seu tempo, que convivendo, conhecendo e trocando, vai sempre estando e não mais sendo…

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Sheila Christina Sant´Anna  é carioca, Especialista em Educação a Distância (SENAC/RIO), Pedagoga( UESA/RJ) e Publicitária( FACHA). Atualmente trabalha como consultora de assuntos educacionais, soluções e projetos relacionados à EAD. Como pedagoga, na confecção de cursos para treinamento e formação de professores. Realiza trabalho voluntário em EJA (Educação de Jovens e Adultos), e em projeto de incentivo à prática de valores humanos às comunidades carentes da Ilha do Governador. 

O AMOR COMO ATO PEDAGÓGICO

A escola deve ser um espaço sagrado, no qual a convivência seja prazerosa. É o sonho e a realidade que se misturam na nobre missão de construir uma sociedade iluminada. A revolução da Educação é a revolução da humanidade. Colheita de uma semeadura corajosa e competente. Luz que poderá fazer germinar uma geração sem preconceitos e discriminações; com menos violência e apatia. A revelação do melhor, a essência do bem, o encontro da felicidade (CHALITA, 2003, p. 01).
  • É na sala de aula que ocorre o momento crucial da educação escolar, e encontro de duas vidas, ambas buscando crescer e alcançar a plenitude, a comunhão aluno-professor. Um componente importante para o desenvolvimento do trabalho pedagógico é a interação professor-aluno. O relacionamento entre estes dois elementos constitui a chave do processo ensino aprendizagem. O contato entre mestres e alunos, a demonstração de afetividade, de atenção e interesse e desempenho de suas tarefas. O aluno e o professor assumem, na sala de aula, posições distintas de cuja interação resultam a aprendizagem e a educação.
  • A diferente forma de relacionamento que o professor adota com o aluno pode ser considerada como mediações históricas. Elas estão diretamente relacionadas com a concepção de homem, de sociedade, de aprendizagem, de conhecimento, etc. De acordo com a fundamentação teórica que o professor adota em sua prática educativa ele revela um tipo de relacionamento com o aluno ou se tornando o centro do processo educativo ou dando ao aluno em se constituir em sujeito desde processo ou ainda, se ambos constituindo em agentes educativos.
  • O professor deve conviver com os alunos, observando seus comportamentos, conversando com eles perguntando, sendo interrogado por eles e realizar também com eles, suas experiências, para que possa auxiliar sua aprendizagem e desenvolvimento. É ainda, da responsabilidade do professor oferecer orientações adequadas para que os objetivos sejam manipulados pelos alunos e para que encontrem, por si, as soluções dos problemas.
  • Reconhecer que os alunos hoje possuem um outro padrão de aprendizado é um caminho para o professor. De acordo com Pierre Bertaux, em seu livro A Educação do Futuro, o aluno contemporâneo apresenta um aumento visível da sensibilidade visual e audiovisual, no entanto há uma considerável regressão da sensibilidade auditiva pura; é mais rápido na aprendizagem e na manipulação e interpretação de sinais e símbolos, entretanto possui importante dificuldade de concentrar-se por mais de dois ou três minutos seguidos sobre o mesmo tema, bem como de decorar e reter textos de certa extensão.
  • Procura-se atualmente resgatar a dimensão humana do trabalho pedagógico evidenciando o relacionamento do professor com aluno, mas ao lado do papel técnico de ensinar, ou seja, o "como se relacionar com o aluno" está incluindo o papel político desse relacionamento e de mobilizar, de acionar a participação efetiva no processo de mudança da realidade.
  • Ao promover situações em que se reflita sobre as regras e contra-regras, ordens e contra-ordens, conflitos, oposições, valores a escola estará preparando o aluno para lidar com a diversidade, para aceitar o outro e sua opinião, experienciando o erro, o fracasso, as perdas, desenvolvendo a sua maturidade emocional, contribuindo, pois, para a formação da sua identidade.
  • Ao realizar seus planejamentos, o professor que atua com uma postura de educador, antes de organizá-los considera as vivências, os conhecimentos e as informações que o aluno carrega e a sua forma de ver e de viver no mundo moderno, para optar por uma forma metodológica que auxilie a transpor os conteúdos sistematizados, científicos e promover uma aprendizagem significativa.
Cury (2003) coloca a afetividade como fator primeiro a ser conquistado. Se as escolas estão vivendo um verdadeiro caos, atribua-se a isso a falta de amor, sensibilidade e empatia. Não basta deter-se, somente, em métodos de ensino respeitáveis, é preciso ir muito além disso...
Referências bibliográficas:
  • CHALITA, G. B. I. Educação: a solução está no afeto. São Paulo: Editora Gente, 2001.
  • CURY, Augusto. Pais Brilhantes e Professores Fascinantes. 9. ed. Rio de Janeiro: Sextante, 2003.
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